Casamento às Cegas | A fórmula do reality show ainda funciona?
Por Natalie Rosa • Editado por Jones Oliveira |
Em 2020, lá no começo da pandemia, muitas pessoas aproveitaram o tempo em casa para assistir a programas que talvez não veriam em outra oportunidade, entre séries e documentários. Mas a quarentena também resultou em novos fãs de reality shows, sejam eles o Big Brother Brasil ou o Casamento às Cegas.
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O programa de casamentos da Netflix conquistou os assinantes da plataforma de streaming ao trazer uma proposta tão absurda quanto divertida. Pouco mais de um ano depois, o reality ganhou uma versão brasileira, depois uma japonesa e se prepara para lançar uma sueca.
Enquanto isso, a versão original já está em sua quarta temporada, provavelmente sendo apenas mais uma de muitas que ainda estão por vir. Mas será que a fórmula de Casamento às Cegas ainda funciona, já que todas as versões já somam sete temporadas e a repercussão já não é tão grande assim?
Casamento às Cegas: como nos conquistou?
A premissa inusitada de Casamento às Cegas fez o seu sucesso. No reality, homens e mulheres solteiros se reúnem em cabines para conhecer possíveis pretendentes, mas sem ter qualquer contato visual e físico com o outro. Você nem ao menos pode descrever sua aparência física, já que o lema do programa é responder se o amor é realmente cego.
Tudo isso rendeu momentos engraçados e peculiares, como o nascimento de paixões intensas por alguém que o participante conhece há poucos dias. As próximas etapas são ainda mais interessantes, com os casais vivendo uma lua de mel, em seguida morando juntos e só depois subindo ao altar para dizer sim ou não.
Alguns casais deram muito certo, outros disseram não no altar ou terminaram pouco tempo depois. A graça de Casamento às Cegas continua ainda nos episódios de reencontro, quando descobrimos o que aconteceu com os participantes meses depois das gravações do programa.
Casamento às Cegas: ainda vale a pena assistir?
Nas últimas temporadas, no entanto, parece que a fórmula já não pega tanto assim, comprovando que o reality show precisa se reinventar. Os últimos episódios, principalmente da versão brasileira, já mostraram um pouco dessa mudança ao trazer mais representatividade negra e de diferentes corpos.
Amanda Souza, por exemplo, sofreu gordofobia no programa, mas conquistou os fãs do reality pelo seu carisma, atitude e personalidade, já que ela nunca escondeu o amor próprio e a sabedoria de que essas violências existem constantemente. A repercussão aconteceu até fora do país, com espectadores de diversas regiões do mundo comentando o ocorrido.
O programa, atualmente, mostra ainda que muitas pessoas parecem estar se candidatando ao experimento apenas para ganharem fama, pouco se importando com os sentimentos vividos ali. Esse é um problema que Casamento às Cegas precisa aprender a dominar para que a fórmula continue interessante.
Essa reinvenção também precisa acontecer com outras sexualidades e não só a bissexualidade, como ocorreu anteriormente. Precisamos ver homens e mulheres gays, cis ou trans, por exemplo, também com a oportunidade de participar desse experimento, que busca investigar as decisões do coração.
Ainda vale a pena assistir Casamento às Cegas se você se interessa por reality shows e se apegou ao formato. Porém, o programa precisa inovar para que sua originalidade continue interessante, que haja ainda mais diversidade e que os participantes, de fato, queiram se entregar ao experimento.
Você pode assistir às versões de Casamento às Cegas dos Estados Unidos, Brasil e Japão na Netflix.