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Análise | Microsoft Defender traz proteção discreta e objetiva ao iOS

Por| Editado por Claudio Yuge | 21 de Julho de 2022 às 21h20

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Divulgação/Microsoft
Divulgação/Microsoft

O iOS é um sistema operacional tradicionalmente fechado, o que se aplica tanto no ponto de vista benéfico da segurança, com menos superfície aberta para ataques, como também na recíproca. Há pouco que um software de segurança possa fazer em relação às suas contrapartes para o Android, por exemplo, e essa objetividade foi seguida à risca na hora de trazer o Microsoft Defender para a plataforma da Apple.

O software de segurança que é recurso básico do Windows aparece no iOS com praticamente uma única função: proteger os usuários das páginas maliciosas que são a principal ameaça contra o ecossistema da Apple. Afinal de contas, o tal “jardim fechado” da Maçã impede a aplicação de muitos malwares, como são comuns no sistema rival, enquanto o escrutínio da fabricante sobre sua loja de aplicativos tende a ser mais rigoroso.

Esse foco também se traduz na configuração, extremamente simples e direta ao ponto. A proteção contra sites maliciosos do Windows Defender para iOS acontece por meio de uma VPN disponibilizada pela Microsoft, que deve ser ativada para que a análise aconteça. Depois, na maior parte do tempo, o usuário nem mesmo vai se lembrar que o software existe ou está instalado no dispositivo, principalmente se optar por desativar suas notificações.

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Nos testes realizados pelo Canaltech, os navegadores Google Chrome e Safari, padrão do iOS, foram utilizados com direito, inclusive, a acessos intencionais a sites sabidamente perigosos. O bloqueio nem sempre funcionou da forma esperada, com links maliciosos para a criação de entradas no calendário sendo exibidos normalmente, bem como aberturas diretas da loja de aplicativos para download de softwares indicados em anúncios não muito confiáveis.

Se tivéssemos de fazer um cálculo, daria para dizer que a proteção funcionou em 80% dos acessos intencionais a sites maliciosos. Por outro lado, não registramos nenhum caso de falso positivo na detecção do Microsoft Defender, com páginas legítimas nunca sendo identificadas como potencialmente perigosas pela aplicação.

Após o bloqueio, uma notificação fica disponível no próprio aplicativo para que o usuário possa ver detalhes da página potencialmente maliciosa que acessou. Por outro lado, soou como boa notícia o fato de, apesar de indicar na casa dos milhares o número de links maliciosos analisados pelo app, o Microsoft Defender não apresenta o histórico de sites legítimos acessados, no que poderia constituir uma via de vazamento de dados para terceiros curiosos de um local onde o usuário poderia não estar esperando por isso.

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Velocidade de conexão e bateria

Como dito, o Microsoft Defender para iOS funciona através de uma VPN, que serve para análise dos sites acessados contra o banco de dados de ameaças da empresa. Outra boa notícia é que esse formato gerou pouco impacto na conexão, com a queda sendo percebida, somente, nos números do teste realizado.

A configuração inicial pede que o usuário deixe o recurso habilitado o tempo todo, independente do uso do Wi-Fi ou rede móvel, podendo ser necessário dar autorização para isso no menu de Ajustes do iOS. Dá para fazer isso com tranquilidade, já que a redução de velocidade gerada pela VPN é praticamente imperceptível em um uso comum do aparelho para acesso a sites, aplicativos e serviços de streaming.

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Por outro lado, como o software de segurança está constantemente realizando checagens e acompanhando a atividade do smartphone, o Microsoft Defender aparece alto na lista de consumo de bateria. Sua utilização aconteceu ao longo de cerca de três semanas, com um iPhone XR sendo utilizado cotidianamente, com o app aparecendo na quinta colocação entre os maiores fominhas do celular.

Ele surge, claro, atrás de aplicações notoriamente conhecidas por sugarem a bateria, como o YouTube, o Instagram e o TikTok, mas não por uma grande distância. Outros softwares que usam bem mais recursos do aparelho, como o WhatsApp, o Spotify e até rastreadores de smartbands e exercícios, ficaram empatados ou bem mais abaixo.

O total de 9% de consumo registrado pelo iOS para o Microsoft Defender pode não soar muito, mas chama a atenção quando esse resultado é colocado ao lado de outros softwares de segurança para iOS. Em uma análise publicada em dezembro de 2021, a versão do Norton 360 para o sistema operacional registrou 6% de utilização da bateria no mesmo aparelho em utilização semelhante, mas é importante lembrar que, aqui, estamos falando de um app com bem mais recursos.

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Não houve uma diferença notável de performance em relação ao uso do aparelho com e sem o Microsoft Defender ativado. Aplicações que notoriamente exigem recursos ou demoram para carregar, como jogos, não apresentaram alteração perceptível de funcionamento com o sistema de segurança funcionando.

Foco é bom, mas algo fica de fora

Como uma solução gratuita e absolutamente dedicada, não há como não recomendar o Microsoft Defender para iOS. O aplicativo cumpre o que promete, com o uso da VPN servindo única e exclusivamente para análise dos links. Por isso, esqueça utilizar o sistema para mascarar a própria conexão ou assistir a conteúdos de outras regiões por meio de aplicativos de streaming.

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Como recursos extras, o Microsoft Defender traz apenas a possibilidade de acompanhar relatórios relacionados a outros dispositivos que também utilizem a solução. Dá para cadastrar computadores e outros celulares com iOS e Android para visualizar os detalhes sobre links maliciosos acessados neles, da mesma forma que no próprio aparelho. E apenas isso.

Novamente, há de se levar em conta que estamos falando de uma solução gratuita, mas mesmo entre elas, existem opções mais completas, com proteção em redes de Wi-Fi públicas, por exemplo, e até mesmo relatórios mais aprofundados de acesso a sites e listas de sites bloqueados. Algumas, até mesmo, oferecem indicações sobre credenciais vazadas, e nada disso está disponível aqui.

A proteção não deixa de ser abrangente por isso, com notificações simples e o nível de discrição necessária para não se tornarem um incômodo que levaria a uma desinstalação. Caso você não navegue por águas perigosas, provavelmente vai se esquecer que a proteção está ativada.

A objetividade ressoa, principalmente, entre os usuários que não querem esquentar muito a cabeça com a própria segurança nem serem avisados sobre tudo o que está acontecendo. Aos outros, principalmente os que buscam mais recursos, o software ainda precisa seguir um certo caminho e apostar em mais recursos para que essa conquista aconteça, principalmente em um ecossistema que já conta com rivais de peso e onde, como se diz com um certo nível de acerto, antivírus não são necessários. Eles até são, mas não da maneira tradicional, com o Microsoft Defender parecendo começar a entender isso.