Você requenta comida guardada? Cuidado com a Síndrome do Arroz Frito!
Por Augusto Dala Costa | Editado por Luciana Zaramela | 01 de Junho de 2023 às 09h45
Cuidado com a maneira que você prepara seu arroz — quando não tomados os cuidados adequados, o alimento pode acabar levando à chamada Síndrome do Arroz Frito, um tipo de intoxicação alimentar causada pela bactéria Bacillus cereus. Liberando toxinas bastante prejudiciais, a infecção pelo microorganismo pode ser até mesmo fatal.
Cuidados no preparo podem evitar a proliferação dessa bactéria e de outras, que são comuns no arroz que não é cozido devidamente. Mesmo após o cozimento, o alimento deixado em descanso na temperatura ambiente acaba virando um ambiente prolífico para os microorganismos, então um armazenamento devido também é recomendado.
Como preparar e guardar arroz para evitar bactérias
Para começar, lavar as mãos já ajuda a evitar o surgimento de bactérias e outros organismos microscópicos prejudiciais na comida. Lavar o arroz, embora, mude a textura e livre os grãos de insetos ou metais pesados presentes em seu meio, não levará a B. cereus embora — ela fica embutida nos grãos.
O que deve ser feito é ferver o arroz antes de cozinhá-lo em fogo baixo, mantendo a temperatura alta. Uma temperatura mediana acaba sendo ideal para a multiplicação de bactérias. Após o preparo, o alimento deve ser consumido imediatamente, ou resfriado rapidamente e colocado em um recipiente na geladeira ou freezer. Não deixe o arroz já cozido em temperatura ambiente por mais de uma hora.
As sobras de arroz podem ir para o microondas, ser fritas ou reaquecidas, mas isso só é seguro caso ele tenha sido resfriado e armazenado corretamente. Caso você tenha esquecido um prato ou panela ao ar livre por horas, um reaquecimento é uma péssima ideia.
Aquecer e reaquecer o arroz em ciclos dá, de mão beijada, um ambiente perfeito para a proliferação de bactérias, aumentando as chances da síndrome do arroz frito. Vale apontar que não é apenas o arroz frito que a causa, podendo ocorrer a partir de qualquer preparo — o nome provavelmente vem do fato de que muitas receitas de reaproveitamento do alimento pedem uma fritura.
Gravidade e sintomas da Síndrome do Arroz Frito
Casos mais graves da síndrome do arroz frito podem levar à morte — e ela pode acontecer, inclusive, a partir de outros alimentos, especialmente as massas. Em um estudo de caso de 2011, demonstrou-se que um estudante de 20 anos faleceu pela infecção de B. cereus 10 horas após comer um macarrão de 5 dias. Em 2003, uma família se alimentou de uma salada de macarrão de 8 dias, o que levou à morte de um dos membros e a internação hospitalar de 5 crianças.
Os sintomas da síndrome do arroz frito são vômitos e diarreia, causados pela toxina que a bactéria produz enquanto se desenvolve. Na maioria dos casos, a condição passa entre 1 e 2 dias, mas sua progressão é bastante perigosa. Antibióticos não ajudam, já que é a toxina que causa o problema, e não a Bacillus cereus em si. O tratamento geralmente se limita a hidratar o paciente até que os sintomas gastrointestinais mais sérios passem. Prevenir, como sempre, é melhor do que remediar.
Fonte: IFLScience, Journal of Clinical Microbiology 1, 2