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Versamune: tudo o que sabemos sobre a vacina contra a COVID-19

Por| Editado por Luciana Zaramela | 30 de Março de 2021 às 13h30

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alexstand/Envato
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Na sexta-feira (26), o ministro da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), Marcos Pontes, anunciou o projeto de uma potencial vacina brasileira contra o novo coronavírus (SARS-CoV-2), a Versamune-CoV-2F. Agora, o imunizante contra a COVID-19 aguarda a liberação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para o início dos testes em humanos.

Além de contar com o suporte do MCTI, o projeto da vacina brasileira contra a COVID-19 é liderado pelo pesquisador Célio Lopes Silva, professor titular da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo de Ribeirão Preto (FMRP da USP) e coordenador do Laboratório de Vacinas Gênicas da FMRP. Também conta com o envolvimento de pesquisadores da farmacêutica brasileira Farmacore Biotecnologia e da norte-americana PDS Biotechnology Corporation.

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Como funciona a vacina Versamune contra a COVID-19?

Para a produção da Versamune, o estudo adotou a tecnologia proteína recombinante ligada a um carreador. Para entender melhor: essa proteína é uma parte do coronavírus, editada em laboratório e responsável por gerar uma resposta imunológica protetora contra o agente infeccioso no organismo humano. Especificamente, este pedaço do vírus é uma subunidade da proteína S, a S1, encontrada na membrana viral e responsável pela infecção de células saudáveis do corpo humano.

Considerada uma das menores partes do antígeno que podem desencadear uma resposta imunológica, a subunidade S1 precisa de um carreador para entrar no corpo humano, ou seja, uma nanopartícula constituída por lipídios (gordura) que funciona como um envelope ou veículo de transporte para o fragmento do coronavírus chegar ao corpo. Dessa forma, é estimulada a ação dos linfócitos T, parte do sistema imunológico.

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"Este composto é injetado no sistema linfático e logo chega às células do sistema imune. Vimos que ele ativa todo o sistema imune: a imunidade inata, aumenta a produção do interferon tipo I, ativa células NK e células dendríticas... E o mais importante: ativa a produção de anticorpos neutralizantes que impedem o vírus de entrar nas células, além de ativar linfócitos T que matam todas as células infectadas pelo SARS-CoV-2", explicou o professor Silva para a BBC Brasil.

“Além de carrear o antígeno, o produto é imunomodulador, ou seja, estimula a produção de interferon 1, as primeiras células de defesa estimuladas quando o organismo é atacado por um patógeno. O SARS-CoV-2 desativa o sistema de produção de interferons, por isso, ter esse carreador no nosso produto traz mais essa vantagem”, comentou o professor sobre a importância do carreador da PDS, durante entrevista para o Jornal da USP.

Como devem ser os testes da Fase 1 e 2?

Até o momento, a vacina Versamune contra a COVID-19 concluiu os ensaios pré-clínicos e, de acordo, com o professor Silva, os resultados preliminares são animadores, já que o imunizante protegeu os animais infectados pelo coronavírus. Agora, a equipe de pesquisa espera observar os resultados do imunizante em um pequeno grupo de voluntários humanos, durante as fases 1 e 2 dos testes clínicos.

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No total, devem participar 360 voluntários saudáveis nas duas primeiras fases dos testes clínicos da vacina brasileira contra a COVID-19, o que deve se prolongar até o mês de agosto. Caso os resultados do imunizante demonstrem sua eficácia e segurança, a fase 3 pode envolver de 20 mil a 30 mil voluntários com um perfil diverso.

Fonte: Com informações: Agência Brasil, BBC e Jornal da USP