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COVID-19: o que sabemos até agora sobre a CoronaVac

Por| 18 de Dezembro de 2020 às 20h00

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Cottonbro/Pexels
Cottonbro/Pexels

A corrida por uma vacina eficaz contra a COVID-19 segue a todo vapor, e o Brasil não está fora disso. No entanto, no que diz respeito ao país, a candidata mais marcante tem sido a CoronaVac, desenvolvida pela  biofarmacêutica chinesa Sinovac Biotech, com direito a uma parceria com o Instituto Butantan, de São Paulo. No último dia 17, fizemos um comparativo entre duas candidatas: a da Pfizer e a da Moderna. Chegou a hora de colocar na mesa tudo o que sabemos sobre a CoronaVac.

Como funciona

Essa vacina tem em sua fórmula o coronavírus inativado, ou seja, contém apenas fragmentos inativos desse vírus, então não há chances de desencadear uma infecção. Com a aplicação das duas doses previstas, é esperado que o sistema imunológico de cada paciente comece a produzir anticorpos contra o vírus causador da COVID-19. Em novembro, a equipe do Canaltech explicou com detalhes o conteúdo que pode existir na fórmula de uma vacina e a diferença entre cada um deles, e pode te ajudar a entender melhor. 

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Uma das principais vantagens do imunizante da Sinovac é que ele pode ser armazenado em uma geladeira comum a 2 a 8 graus Celsius. Como já vimos por aqui, essa questão do armazenamento é bem delicada e pode ser um grande desafio de logística em alguns casos, como o da Pfizer e BioNTech.

Eficácia e segurança

Por enquanto, as informações que temos estão relacionadas com a primeira e a segunda fase dos testes. De acordo com um estudo publicado em novembro na revista científica The Lancet, os resultados baseados em 144 participantes no estudo de fase um e 600 no estudo de fase dois indicam que o nível de anticorpos gerados é menor do que em pessoas recuperadas da doença.

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Esses testes revelaram que as respostas de anticorpos podem ser induzidas dentro de 28 dias após a primeira imunização, administrando duas doses da vacina com 14 dias de intervalo. Em contrapartida, os níveis de anticorpos produzidos pela CoronaVac foram mais baixos do que os observados em pessoas que foram infectadas e se recuperaram da COVID-19, e os cientistas alegaram que a persistência dos anticorpos gerados ainda deve ser verificada para se determinar quanto tempo dura a proteção contra o vírus. Os especialistas ainda mencionaram que as descobertas da fase 3 serão cruciais para determinar se a resposta imunológica gerada pela CoronaVac é suficiente para proteger contra uma infecção pelo Sars-CoV-2.

Investimento

Em 7 de dezembro, a Sinovac Biotech anunciou o recebimento de US$ 515 milhões (o equivalente a R$ 2,6 bilhões) em financiamento para dobrar a capacidade de produção da sua vacina contra a COVID-19. O dinheiro veio de uma empresa local chamada Sino Biopharmaceutical Limited, e será usado para ajudar no desenvolvimento das doses e da produção em massa. Com o investimento, a Sino Biopharmaceutical terá uma porcentagem de 15,03% de participação, de acordo com um documento que foi apresentado nesta segunda à Bolsa de Valores de Hong Kong.

Efeitos colaterais

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A pesquisa em questão identificou a dose ideal para gerar as respostas imunológicas mais altas e observou os efeitos secundários. Basicamente, eles foram leves e desapareceram em 48 horas. De acordo com o pesquisador Fengcai Zhu, do Centro Provincial de Controle e Prevenção de Doenças de Jiangsu, na China, o resultado já alcançado torna a vacina adequada para uso de emergência durante a pandemia. De qualquer forma, os próprios autores reconhecem algumas limitações no estudo, como o fato de o teste da fase 2 não ter avaliado as respostas das chamadas células T (células do sistema imunológico).

De acordo com o estudo chinês, houve apenas 5,36% de efeitos colaterais nos participantes do ensaio, todos sem gravidade: dor no local da aplicação (3,08%), fadiga (1,53%) e febre leve (0,21%). O restante envolveu perda de apetite, dor de cabeça e febre.

Brasil

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A vacina produzida pela China já é testada no Brasil desde o mês de julho, e os estudos clínicos nacionais de fase 3 foram acompanhados por 12 centros de pesquisa científica em cinco estados e no Distrito Federal. Em novembro, o governador João Doria (PSDB) anunciou que até dia 30 de dezembro chegaria a um total de 6 milhões de doses do imunizante. Em 3 de dezembro, chegaram na capital 600 litros a granel, o equivalente a um material usado na produção de 1 milhão de doses. No último dia 18, um novo lote de 2 milhões de doses prontas chegou à capital paulista.

Na prática, o Instituto Butantan já possui 3,12 milhões de doses disponíveis para uso imediato, assim que houver autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). De acordo com o próprio Butantan, a conclusão do estudo clínico da vacina chega no próximo dia 23, e a fase três do ensaio no país se encerra ainda nesta semana. O processo de envase da primeira remessa de insumos deve levar de quatro a sete dias e envolve cerca de 40 colaboradores.

“No dia 15 de janeiro, teremos prontas para uso 9 milhões de doses. No começo de fevereiro, 22 milhões de doses e, no dia 15 de março, outras 15 milhões”, estimou o Diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas.

Em novembro, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) determinou a paralisação dos testes com a CoronaVac depois que um dos voluntários dos experimentos foi encontrado morto em seu apartamento. Não demorou muito para que algumas questões se esclarecessem e fosse constatado que, na verdade, o caso se tratava de um evento adverso grave sem relação com o imunizante, o que foi confirmado pelo próprio Dimas Covas. O laudo do óbito do voluntário, feito pelo IML, apontou como causa da morte o suicídio.

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Outros países

Um ponto interessante sobe a CoronaVac é que, além do Brasil, ela se encontra em testes de fase três na Indonésia e na Turquia. No início de novembro, a empresa por trás do desenvolvimento da vacina ainda garantiu acordos de fornecimento no Chile, e que está em negociações com as Filipinas.

Fonte: Com informações de BBC News, The Lancet, ReutersGoverno de São Paulo, TV Cultura