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Vacina brasileira da covid é ideal para a próxima campanha de vacinação

Por| Editado por Luciana Zaramela | 09 de Novembro de 2023 às 11h54

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A partir do ano que vem, a vacina contra a covid-19 entrará oficialmente no Calendário Nacional de Vacinação no Brasil. Isso significa que grupos de risco, incluindo idosos, imunossuprimidos, gestantes e profissionais da saúde, receberão anualmente uma dose da fórmula. Crianças a partir dos seis meses também serão protegidas. A proposta de especialistas na área é que para essa imunização de rotina sejam usadas vacinas 100% brasileiras, assim que possível, como a SpiNTec.

“Estamos na corrida para que a SpiNTec seja a vacina que será ofertada anualmente nas campanhas de vacinação no Brasil", afirma Ricardo Gazzinelli, coordenador do Centro de Tecnologia de Vacinas (CTVacinas) da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e líder da equipe que está desenvolvendo a vacina nacional contra a covid-19, para a Agência Fapesp.

O uso de vacinas nacionais está completamente de acordo com as políticas públicas na área de saúde. Por exemplo, a imunização anual contra a gripe (influenza), é feita com a fórmula trivalente do Instituto Butantan. Então, "não custa sonharmos", acrescenta Gazzinelli. O ponto em relação à SpiNTec é que a fórmula não concluiu ainda os testes clínicos, mas tem inúmeras vantagens já conhecidas.

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Por que usar a vacina SpiNTec?

O entendimento do especialista é que, se for demonstrado que a vacina contra a covid-19 é segura e eficaz, ela muito provavelmente poderá conferir uma proteção mais duradoura e efetiva que os outros imunizantes atualmente disponíveis no país.

Por exemplo, a duração da proteção gerada pelas vacinas de mRNA (RNA mensageira) é classificada como baixa e essa tecnologia exige recorrentes doses de reforço conforme o coronavírus SARS-CoV-2 sofre mutações — recentemente, foi anunciada a descoberta de uma nova cepa, conhecida como JN.1.

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Por outro lado, a aposta é que a SpiNTec consiga gerar uma resposta imunológica melhorada, induzindo a produção de linfócitos-T, ou seja, as células de defesa capazes de reconhecer e gerar uma resposta contra várias partes da molécula do vírus da covid-19.

Isso é possível por causa do desenho da vacina, já que a fórmula busca sensibilizar o sistema imunológico contra duas estruturas do “corpo” do coronavírus SARS-CoV-2: a proteína S (Spike) e a proteína de nucleocapsídeo (N). Inclusive, é a junção das duas estruturas que formam a primeira parte do nome do atual imunizante Spi + N. No caso das fórmulas de mRNA, o foco é apenas a proteína S, mais mutável.

“Estamos apostando na possibilidade de termos uma vacina pan, ou seja, que seja eficaz contra todos os tipos de variantes do coronavírus”, detalha Gazzinelli sobre as possíveis particularidades do imunizante brasileiro, feito com apoio da Fapesp e de outros órgãos brasileiros.

Desafios da vacina nacional contra covid

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Para viabilizar a adoção da vacina SpiNTec dentro do Sistema Único de Saúde (SUS), é preciso que os cientistas completem a segunda fase dos estudos clínicos, com mais de 350 participantes, e finalizem a última etapa da pesquisa. Em seguida, precisarão receber aval da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Todo o processo é longo, mas viável. Só que outro possível desafio para a incorporação no SUS é a fórmula não é a única nacional a ter esses planos. Por exemplo, o Butantan também desenvolve uma vacina própria contra a covid-19, a ButanVac, em fase de testes com humanos.

Fonte: Agência Fapesp