SpiN-Tec | Vacina brasileira da covid é segura em testes com humanos
Por Fidel Forato • Editado por Luciana Zaramela |
Desenvolvida por cientistas da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), a vacina SpiN-Tec contra covid-19 completou com sucesso a primeira fase dos estudos clínicos, com humanos. No total, 36 pessoas receberam a dose de reforço.
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Os dados sobre os efeitos da vacina SpiN-Tec ainda são preliminares e não foram publicados em nenhuma revista científica. Por enquanto, os responsáveis pela pesquisa revisam os dados que serão enviados para a análise da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
No entanto, neste momento, o grupo já adianta que o imunizante 100% nacional, que poderá ser usado como opção para as doses de reforço, não apresentou questões significativas de segurança. Em outras palavras, nas pessoas testadas, nenhum efeito adverso grave foi identificado.
Entenda os testes com a vacina 100% nacional contra a covid-19
Na primeira fase dos testes clínicos, os cientistas aplicaram a vacina SpiN-Tec em 36 pessoas, com idades entre 18 e 54 anos. Antes de integrar o estudo, todos os voluntários já tinham recebido o esquema primário da vacinação (duas doses da vacina CoronaVac ou da AstraZeneca) e uma ou duas doses de reforço (Pfizer ou AstraZeneca). Ninguém recebeu a dose de reforço bivalente.
Além disso, foram recrutados tanto pessoas que tiveram covid-19 quanto aquelas que não tiveram a doença provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2. No entanto, um critério limitante foi o tempo da infecção. Este precisava ser de pelo menos seis meses.
Próxima fase da pesquisa
No momento, as próximas etapas da pesquisa estão suspensas, enquanto os cientistas aguardam o parecer da Anvisa. Apesar do tempo de análise, a expectativa é que a fase 2 comece no início de junho. Dessa vez, serão recrutados 372 voluntários com idades entre 18 e 85 anos. Tudo dando certo, a terceira e última fase deve começar entre dezembro deste ano ou janeiro de 2024.
Como funciona a vacina SpiN-Tec?
Sobre a SpiN-Tec, é preciso fazer algumas considerações. Se o processo de desenvolvimento for bem-sucedido, esta será a primeira vacina 100% nacional contra covid-19. Os outros casos envolveram transferência de tecnologia ou importações, como a fórmula da CoronaVac.
Outro diferencial é que o composto busca sensibilizar o sistema imunológico contra duas partes do coronavírus:
- A proteína Spike (S) da membrana viral, já usada na maioria das fórmulas disponíveis no mercado;
- A proteína de nucleocapsídeo (N), encontrada na parte interna do vírus da covid-19.
Segundo os cientistas, a presença do nucleocpsídeo é uma das grandes vantagens da potencial vacina. Isso porque é uma estrutura que se manteve, até o momento, praticamente inalterada em relação às cepas variantes do coronavírus. Inclusive, é a junção das duas estruturas que forma o nome do atual imunizante SpiN (Spi + N).
Fonte: Agência Brasil