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Usar a função soneca pela manhã não faz mal e pode te deixar mais alerta

Por  • Editado por Luciana Zaramela | 

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PxHere/Domínio Público
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Usar a função soneca após ser acordado pelo despertador pode trazer benefícios para quem aproveita cinco minutinhos de sono a mais — mais especificamente, uma melhora na capacidade cognitiva nos momentos pós sono. Isso foi revelado por um estudo com 1.700 adultos de todo o mundo, publicado na última quarta-feira (18) no periódico científico Journal of Sleep Research.

Cerca de 69% dos participantes relataram usar a função soneca ou programar diversos despertadores matinais pelo menos algumas vezes na semana. Foram, então, estudados 31 usuários frequentes da função, mostrando melhora em testes cognitivos quando tinham esse pequeno sono extra, mas sem melhora no humor, sensação de sono ou impacto na quantidade de cortisol do corpo, hormônio secretado na primeira hora de vigília que ajuda a preparar o corpo para as atividades diárias.

Benefícios da soneca matinal

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Com os resultados, não se verificou nenhum impacto negativo nas pessoas que optaram pela soneca, ficando mais alertas, mas não menos sonolentas, em resumo. O sono, claro, é muitíssimo importante para a saúde, e recomenda-se dormir por sete horas ou mais todas as noites.

Só nos Estados Unidos, no entanto, ⅓ da população não acaba seguindo a recomendação. Usar a função soneca pode ser um modo de “amaciar” o despertar abrupto do despertador, ou aproveitar o tempo para dormir que ainda resta, mas os impactos disso a longo prazo ainda não são conhecidos.

Na pesquisa, 1.732 pessoas descreveram seus hábitos de sono, com as que relataram usar a função soneca ocasionalmente dormindo cerca de 22 minutos após o primeiro alarme despertador. A média de idade desses participantes era seis anos mais jovem do que a média do grupo da não-soneca, junto a uma incidência maior de pessoas noturnas do que no grupo que não tira a soneca matinal. A probabilidade de dormir menos à noite e de ficar mais “grogues” pela manhã também é maior nos adeptos dos cinco minutos a mais.

Já a parte do estudo que focou em 31 usuários frequentes da soneca mostrou que 30 minutos de sono a mais melhoraram ou não tiveram impacto na performance de testes cognitivos feitos logo após acordar, comparados com os que não tiram sonecas. Foram usadas questões básicas de aritmética e memorização de palavras, seguidas do reconhecimento das mesmas em meio a grupos de palavras novas.

Quando podiam usar a função soneca, os voluntários tinham menos probabilidade de acordar do estágio mais profundo do sono (de ondas lentas) do que quando acordavam de uma vez. Acordar durante esse estágio pode levar à inércia do sono, o que gera a sensação “grogue” da transição entre sono e vigília no cérebro.

Embora o estudo tenha sido de pequena escala, isso pode levar a pesquisas mais profundas sobre o tema, e levar, segundo os cientistas, à confecção de despertadores melhores — como os que usam a luz para deixar o quarto mais claro aos poucos, tornando o despertar menos abrupto. Planos de estudo futuros incluem investigar os efeitos a longo prazo da soneca e os praticantes da “soneca extrema”, que usam a função por até duas horas toda manhã.

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Fonte: Journal of Sleep Research, PLoS One