Vacina da malária: o que sabemos até agora
Por Nathan Vieira • Editado por Luciana Zaramela |
Na última quarta-feira (6), a Organização Mundial da Saúde (OMS) aprovou, em decisão histórica, a primeira vacina contra a malária, chamada RTS,S. A decisão é voltada à África Subsaariana e outras regiões com alta transmissão. Mas quando esse imunizante entra em vigor? Quanto vai custar? Confira tudo o que sabemos.
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Funcionamento
A vacina RTS,S funciona da seguinte forma: seu alvo é o parasita mais mortal e comum na África, o Plasmodium falciparum. A ideia é lidar com a forma do parasita que entra no sangue da vítima, bloqueando parcialmente o acesso às células humanas. A vacina em questão precisa de quatro doses para ser eficaz. As três primeiras são administradas com um mês de intervalo na idade de cinco, seis e sete meses, e um reforço final é necessário por volta dos 18 meses.
Segurança e eficácia
Seis anos atrás, a vacina se mostrou eficaz, prevenindo 40% dos casos de malária e 30% dos casos graves da doença. Desde 2019, os pesquisadores vêm realizando programas-piloto de vacinação mais amplos em Gana, Quênia e Malaui, o que foi justamente o que motivou a OMS a aprovar e recomendar o imunizante. Pode parecer pouco, mas evitar 30% ou 40% dos casos e mortes pode trazer um grande benefício para a população, conforme observam as autoridades de saúde.
Preço
A vacina foi desenvolvida pela farmacêutica GSK, que se comprometeu a fornecer as doses com custo de fabricação, mas não especificou o preço oficialmente, ainda. Atualmente, no Quênia, a maior parte do financiamento para vacinas vem de doadores como a aliança global de vacinas Gavi e a Fundação Bill e Melinda Gates.
Quando começa
Os programas-piloto em Gana, Quênia e Malaui continuarão. A GSK doou 10 milhões de doses para o estudo, e até agora 2,5 milhões foram usadas. A empresa ainda se comprometeu a fornecer 15 milhões de doses por ano. Inicialmente, a estimativa é que o imunizante fique disponível a partir do final de 2022 ou início de 2023.
Outras vacinas
Outras vacinas estão em estudo atualmente. A Universidade de Oxford, no Reino Unido, relatou os primeiros ensaios de sua candidata em abril, sugerindo que era 77% eficaz.
Fonte: BBC