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Universidade de Oxford vai testar eficácia da ivermectina contra COVID-19

Por| Editado por Luciana Zaramela | 23 de Junho de 2021 às 18h20

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Luciana Zaramela/Canaltech
Luciana Zaramela/Canaltech

Nesta quarta-feira (23), a Universidade de Oxford, no Reino Unido, anunciou que deve testar os efeitos do antiparasitário ivermectina contra a COVID-19. O estudo avaliará a eficácia do medicamento na recuperação de pessoas infectadas pelo coronavírus SARS-CoV-2 em ambientes não hospitalares. A pesquisa também avaliará os possíveis danos colaterais do tratamento.

Chamado de Principle (Princípio), a série de estudos clínicos sobre tratamentos da COVID-19 é financiada pelo governo britânico e já investigou a ação de outros fármacos contra o agente infeccioso. Pesquisas anteriores, por exemplo, apontaram que os antibióticos azitromicina e doxiciclina eram, em geral, ineficazes num estágio inicial da doença. No caso da ivermectina, ela será a sétima droga testada e será avaliada ao lado do antiviral favipiravir.

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"Ao incluir a ivermectina num estudo de larga escala como o Principle, esperamos gerar evidências robustas para determinar quão eficaz é o tratamento contra a COVID-19 e se há benefícios ou malefícios associados ao seu uso", afirmou um dos principais pesquisadores do estudo, Chris Butler.

Quando usar ivermectina?

A equipe da Universidade de Oxford afirmou que um dos motivos de ter selecionado o medicamento para testes foi o fato de o fármaco estar disponível globalmente e ser relativamente seguro nas doses aprovadas na bula. Segundo a nota divulgada anteriormente pela Food and Drug Administration (FDA), nos EUA, os comprimidos do vermífugo ivermectina não são considerados antivirais — tipo de medicamento recomendado para auxiliar no tratamento da COVID — e são aprovados em doses específicas para alguns vermes parasitas, como piolhos, e para outras doenças como a rosácea (uma doença inflamatória crônica da pele).

"Tomar grandes doses dessa droga é perigoso e pode causar sérios danos", alerta a agência federal. Além disso, a FDA explica que "até mesmo os níveis de ivermectina para usos aprovados podem interagir com outros medicamentos, como anticoagulantes" e causar efeitos não esperados nos pacientes.

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"Também pode haver uma overdose de ivermectina, o que pode causar náuseas, vômitos, diarreia, hipotensão (pressão arterial baixa), reações alérgicas (coceira e urticária), tonturas, ataxia (problemas de equilíbrio), convulsões, coma e até morte", pontua a FDA. No Brasil, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) também fez alerta sobre o uso diferente do recomendado pela bula.

Evidências sobre o uso contra a COVID-19?

Até o momento, não há eficácia comprovada para o uso da ivermectina contra a COVID-19. Inclusive, a Organização Mundial da Saúde (OMS) recomendou, em março deste ano, que profissionais da saúde e pessoas infectadas pelo coronavírus não utilizem o antiparasitário contra COVID-19, exceto em ensaios clínicos.

Estudos já realizados com a droga são considerados pequenos ou de baixa qualidade. Por exemplo, a ivermectina resultou numa redução da replicação do coronavírus em testes de laboratório, mas em doses muito mais altas do medicamento do que poderiam ser ministradas em humanos. Além disso, um pequeno estudo também apontou que o uso, durante a fase inicial da doença, poderia reduzir a carga viral e a duração dos sintomas em alguns pacientes.

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Na nova pesquisa de Oxford, a ivermectina será ministrada pessoas com mais de 50 anos e com sintomas da COVID-19 para verificar se ela é capaz de evitar hospitalizações. Os voluntários serão pacientes do sistema público de saúde britânico. Pessoas com condições hepáticas graves, que tomam o medicamento anticoagulante varfarina, ou outros fármacos que se sabe que interagem com a ivermectina, não poderão integrar o estudo, em decorrência dos riscos em potencial.

Fonte: DW