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Terapia genética: a mais nova aliada contra o alcoolismo

Por| Editado por Luciana Zaramela | 15 de Agosto de 2023 às 13h16

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Sérgio Alves Santos/Unsplash
Sérgio Alves Santos/Unsplash

Conforme revela um novo estudo publicado na revista Nature Medicine na última segunda-feira (14), a terapia genética pode pferecer um tratamento contínuo para o alcoolismo. Na prática, os pesquisadores descobriram que a liberação de uma proteína chamada fator neurotrófico derivado do cérebro pode impedir o retorno ao uso excessivo de álcool após um período de abstinência.

Segundo o artigo, quando essa liberação é feita em uma região do cérebro chamada área tegmental ventral (VTA), também pode interromper outros comportamentos relacionados ao alcoolismo.

O uso excessivo de álcool altera certos tratos nervosos no cérebro que envolvem a liberação do neurotransmissor dopamina, que por sua vez compõem a via de recompensa mesolímbica, responsável por um papel importante no vício em álcool e drogas.

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Os pesquisadores descrevem, em comunicado, que a abordagem de terapia genética visa mudanças nessa função da dopamina na via de recompensa mesolímbica do cérebro. Com isso, as descobertas sugerem que o tratamento pode prevenir recaídas.

A hipótese dos cientistas é que essas recaídas são desbloqueadas por um estado “hipodopaminérgico”, que pode obrigar os usuários excessivos de álcool a voltar a beber após períodos de abstinência.

“No geral, nossas descobertas indicam que a terapia genética GDNF pode diminuir a ingestão de álcool associada à reintrodução. Acreditamos que esta abordagem mostra mérito para um estudo mais aprofundado como uma terapia promissora para alcoolismo e possivelmente outros transtornos de abuso de substâncias”, afirmam os autores do estudo.

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Alcoolismo pode ter influência genética

Em 2022, um estudo publicado na revista científica Nature mencionou que determinadas variantes genéticas podem influenciar o alcoolismo e até o tabagismo. Conforme apontam os pesquisadores, existem aproximadamente 2.468 variantes ligadas a esses hábitos. Na ocasião, a equipe identificou 849 variantes genéticas ligadas à quantidade de álcool que uma pessoa bebe por semana.

Alcoolismo e ansiedade

No último mês de junho, cientistas descobriram que o alcoolismo potencializa a ansiedade, e vice-versa. A pesquisa sugere que pessoas com diagnóstico de ansiedade ou depressão têm maior probabilidade de apresentar sintomas de alcoolismo.

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Segundo os pesquisadores, entender a forma como ansiedade, depressão e alcoolismo se conectam pode ajudar a chegar a uma estratégia necessária para o tratamento dessas condições. Os cientistas suspeitam que essa consequência pode ter a ver com o cérebro: a teoria é que neurodesregulações proporcionadas pelo alcoolismo e as proporcionadas por depressão ou ansiedade se sobrepõem.

Fonte: Nature Medicine, Ohio State University