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Alcoolismo e ansiedade: por que um potencializa o outro?

Por| Editado por Luciana Zaramela | 12 de Junho de 2023 às 16h27

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Qual a relação entre o alcoolismo e a ansiedade? Um estudo publicado na revista Alcohol: Clinical & Experimental Research buscou responder essa questão. O alcoolismo aumenta a probabilidade de desenvolver ansiedade ao longo dos anos, e o inverso também acontece (ou seja, a ansiedade também aumenta o alcoolismo).

A pesquisa sugere que pessoas com diagnóstico de ansiedade ou depressão têm maior probabilidade de apresentar sintomas de alcoolismo. Segundo os pesquisadores, entender a forma como ansiedade, depressão e alcoolismo se conectam pode ajudar a chegar a uma estratégia necessária para o tratamento dessas condições.

O artigo se concentrou em um fenômeno chamado paradoxo do dano (em que um grupo sofre mais danos do que outro, embora façam a mesma coisa), para entender por que pessoas com diagnóstico de ansiedade ou depressão parecem ter maior probabilidade de apresentar sintomas de alcoolismo do que outras pessoas sem essa condição, mesmo quando bebem a mesma quantidade de álcool.

O estudo também percebeu que esse paradoxo do dano é igualmente evidente em homens e mulheres e é mais pronunciado em indivíduos com mais de um diagnóstico de ansiedade ou depressão, independentemente de sua condição ser atual ou algo que tenham vivenciado no passado.

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Os cientistas suspeitam que essa consequência pode ter a ver com o cérebro: a teoria é que neurodesregulações proporcionadas pelo alcoolismo e as proporcionadas por depressão ou ansiedade se sobrepõem.

Os autores apontam que algumas pessoas nascem com cérebros que as tornam mais vulneráveis ​​ao desenvolvimento dessas condições. Enquanto isso, também há evidências de que a ansiedade clínica ou a depressão podem causar uma alteração neurobiológica duradoura que torna os indivíduos mais propensos a desenvolver sintomas do alcoolismo.

Sintomas do alcoolismo

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O alcoolismo pode ser leve, moderado ou grave, com base no número de sintomas que se apresenta, e que podem incluir:

  • Incapacidade de limitar a quantidade de álcool ingerido
  • Passar muito tempo bebendo, consumindo álcool ou se recuperando do uso de álcool
  • Sentir um forte desejo ou vontade de beber álcool
  • Deixar de cumprir obrigações importantes no trabalho, na escola ou em casa devido ao uso repetido de álcool
  • Continuar a beber álcool mesmo sabendo que está causando problemas físicos, sociais, de trabalho ou de relacionamento
  • Desistir ou reduzir atividades sociais e de trabalho e hobbies para beber álcool
  • Beber álcool em situações que envolvem riscos, como dirigir ou nadar
  • Desenvolver uma tolerância ao álcool, de modo que se precisa de mais para sentir seu efeito ou tenha um efeito reduzido da mesma quantidade
  • Experimentar sintomas de abstinência (como náusea, suor e tremores) ao não beber

Se você sente que às vezes bebe muito álcool, ou se sua bebida está causando problemas, ou se sua família está preocupada com sua ingestão de bebida alcoólica, converse com seu médico.

Efeitos do álcool no cérebro

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Anteriormente, já destacamos os efeitos do álcool no organismo e como a bebida afeta cada aspecto do corpo humano. No cérebro, o álcool ativa um neurotransmissor chamado Gaba (ácido gama-aminobutírico), ajudando a relaxar. Isso também pode ser acompanhado por uma sensação temporária de calor e queda na temperatura corporal.

À medida que uma pessoa bebe, a dopamina (que faz parte dos neurotransmissores, a química produzida pelo cérebro) entra em ação. A bebida também libera endorfina, o opiáceo natural do nosso cérebro, o que desativa o senso de controle e faz com que se beba mais do que o planejado.

Conforme explicam os cientistas, o álcool afeta o córtex pré-frontal, que governa principalmente o controle cognitivo, o comportamento impulsivo e o centro de memória. Isso significa que o julgamento fica prejudicado e o movimento é interrompido.

Fonte: Alcohol: Clinical & Experimental Research, Inverse, Mayo Clinic