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Terapia celular reduz avanço do câncer de sangue e leva à remissão

Por| Editado por Luciana Zaramela | 06 de Junho de 2023 às 18h21

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National Cancer Institute/Unsplash
National Cancer Institute/Unsplash

Na busca por novos tratamentos contra tipos raros de câncer no sangue, cientistas testam a eficácia da terapia celular CAR-T Cell contra o mieloma múltiplo. Entre os pacientes que receberam o medicamento “vivo” ciltacabtageno autoleucel (Carvykti), a redução do risco de progressão da doença foi de 74%. Em alguns pacientes, a medicação também levou à remissão completa.

Apelidado de Cartitude-4, este é o primeiro ensaio clínico de Fase 3 a testar a terapia celular para o tratamento do mieloma múltiplo no mundo. O medicamento bastante inovador é desenvolvido pela Janssen — o braço farmacêutico da Johnson & Johnson.

Os resultados completos da terceira fase do estudo sobre o câncer de sangue devem ser publicados, em breve, numa revista científica. De forma preliminar, os dados foram compartilhados no congresso anual da Sociedade Americana de Oncologia Clínica (Asco), que vai até esta terça-feira (6), nos Estados Unidos.

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Terapia celular contra o câncer de sangue

Como em toda terapia celular CAR-T Cell, o ciltacabtagene autoleucel é produzido através das células do sistema imune do paciente, os linfócitos T, que produzem os anticorpos. Em laboratório, essas células são editadas geneticamente e aprendem a combater o câncer que se espalha pelo corpo do indivíduo. Até o momento, a estratégia é considerada bastante promissora, já que retarda ou mesmo interrompe a progressão da doença.

Pensando especificamente no produto da Janssen, o foco da pesquisa é o mieloma múltiplo, um tipo de câncer que pode se tornar incurável. Isso porque a doença afeta os plasmócitos, um tipo de glóbulo branco, encontrado na medula óssea e que desregula a maioria das defesas do corpo. Hoje, os tratamentos disponíveis não são tão eficazes em casos graves.

CAR-T Cell pode levar à remissão do câncer

Para o estudo Cartitude-4, foram recrutadas 419 pessoas com mieloma múltiplo, sendo que a maioria era composta por homens (55%) e brancos (75%). No total, os pacientes selecionados foram acompanhados por um período de 16 meses, sendo que metade deles recebeu a terapia CAR-T Cell. Neste grupo, o risco de propagação ou crescimento do câncer foi reduzido em 74%.

Ainda mais interessante é que a terapia celular aumentou significativamente a taxa de negatividade mínima da doença residual, ou seja, a quantidade de pacientes para as quais o teste não encontrou nenhuma célula cancerígena remanescente após o tratamento (remissão completa). Nesse caso, a taxa foi de 60,6%, enquanto o tratamento padrão eliminou o câncer em apenas 15,6% do grupo controle (sem a nova medicação).

Terapia celular CAR-T no Brasil

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O novo tratamento da Janssen contra o câncer de sangue já foi aprovado para uso no Brasil. A decisão foi anunciada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em abril do ano passado, focando nos pacientes que não respondem aos tratamentos padrões. Apesar disso, o uso da terapia celular é bastante raro no país devido aos seus altos custos.

De forma paralela às indústrias farmacêuticas, centros de pesquisa nacionais, como o Instituto Butantan e a Universidade de São Paulo (USP), disponibilizam pontualmente a terapia CAR-T Cell no Sistema Único de Saúde (SUS). Só que, até o momento, apenas pacientes com leucemia e linfoma receberam o tratamento em fase de validação. Esta iniciativa já levou pacientes à remissão completa do câncer.

Sobre o congresso oncológico, ainda cabe mencionar que já foram anunciados inúmeros tratamentos promissores para o câncer. Entre eles, está um remédio que reduz o risco de morte em caso de câncer de pulmão em 71%. Outro destaque é um coquetel de medicamentos que leva ao encolhimento do câncer no ovário.

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Fonte: Asco e Anvisa