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Terapia celular leva à remissão completa de câncer em paciente no SUS

Por| Editado por Luciana Zaramela | 29 de Maio de 2023 às 15h49

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Spectral/Envato
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No Brasil, paciente que enfrentava câncer há 13 anos teve remissão completa, após um mês de tratamento com a terapia celular CAR-T no Sistema Único de Saúde (SUS). Por enquanto, o número de pessoas tratadas com a nova tecnologia é pequeno, mas existem planos de ampliar o acesso ao tratamento com custo estimado de 2,5 milhões de reais.

Bastante promissora contra o câncer, a terapia celular é desenvolvida em parceria com a Universidade de São Paulo (USP), o Hemocentro de Ribeirão Preto e o Instituto Butantan. Para o segundo semestre deste ano, é esperado que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprove uma nova rodada de testes com o tratamento, que pode promover a remissão completa do câncer.

Caso do paciente que teve remissão completa do câncer

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No caso mais recente de cura do câncer com a terapia CAR-T, o paciente recebeu alta médica no último domingo (28), após avaliação da equipe médica do Hospital das Clínicas, que é parte da USP, na cidade de São Paulo.

Antes do momento tão aguardado, Paulo Peregrino, de 61 anos, esteve em tratamento contra um tipo de linfoma há 13 anos. Neste ano, os médicos chegaram a cogitar que recebesse cuidados paliativos, considerando que a cura era muito complexa. No entanto, as expectativas mudaram ao iniciar o tratamento CAR-T Cell, em abril.

No primeiro dia que recebeu a terapia, o paciente relata que teve febre e precisou ser internado para monitoramento, segundo o G1. No entanto, ele logo começaria a apresentar indicativos da efetividade da técnica. Com um mês de tratamento, Peregrino apresentou remissão completa do seu linfoma. Após o período de observação, já recebeu alta.

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O que é terapia celular CAR-T?

Aqui, é importante explicar o que significa a expressão CAR-T Cell. Em português, CAR é traduzido por receptor quimérico de antígeno. Enquanto isso, o T Cell é uma referência ao linfócito T, ou seja, um tipo de célula do sistema imunológico que reconhece elementos estranhos ao corpo (antígenos) e gera anticorpos contra os invasores, incluindo tumores.

No caso da terapia celular, os médicos coletam os linfócitos T do paciente e levam estas células de defesa para serem editadas em laboratório. Através da edição genética, elas aprendem a reconhecer o câncer e são multiplicadas. No final do processo, o indivíduo recebe essas células treinadas para matar tumores, o que, aparentemente, tem sido extremamente eficaz e não afeta as partes saudáveis do corpo.

Por enquanto, os pesquisadores e médicos conseguem usar a estratégias no tratamento de três tipos de câncer:

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  • Leucemia linfoblástica B;
  • Linfoma não Hodgkin de células B;
  • Mieloma múltiplo — este último tipo ainda não foi tratado no Brasil.

Resultados preliminares da terapia no SUS

No momento, os médicos brasileiros envolvidos no SUS já trataram 14 pacientes com a terapia CAR-T. Embora o número seja pequeno, todos os indivíduos tratados apresentaram a remissão de pelo menos 60% dos tumores. Em média, o processo leva de um a dois meses.

Se a Anvisa aprovar o estudo clínico proposto, a partir de agosto, o tratamento inovador contra o câncer será disponibilizado para mais 75 pacientes. A expectativa de remissão completa é bastante alta, como já foi observado em outras ocasiões.

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Redução de custos da terapia celular no Brasil

Hoje, um dos maiores limitadores do acesso à terapia celular no Brasil é a questão do custo, já que todo o procedimento demanda um investimento de 2,5 milhões de reais. No entanto, esse valor pode ser reduzido drasticamente.

“Estudos de viabilidade econômica ainda estão em andamento, mas estimo que a terapia vai custar por volta de 200 mil reais para a saúde pública”, afirma Gil Cunha De Santis, diretor médico do Laboratório de Terapia Celular do Hemocentro de Ribeirão Preto, em nota.

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“É preciso um investimento alto em um primeiro momento, mas em longo prazo os ganhos são claros. Você consegue tratar os pacientes em menos tempo, ter menos internações, reduzir custos convencionais”, completa Santis.



Fonte: Instituto Butantan e G1