Para quais tipos de câncer serve a nova terapia CAR-T?
Por Fidel Forato • Editado por Luciana Zaramela | •
No enfrentamento do câncer, a nova terapia CAR-T Cell é usada apenas para casos graves de linfoma e a leucemia no Brasil. Apesar do uso restrito, o tratamento, disponibilizado para menos de 15 pacientes no Sistema Único de Saúde (SUS), tem gerado resultados surpreendentes. Com um mês de terapia, um indivíduo entrou em remissão completa, após enfrentar a doença por 13 anos.
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No entanto, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) reforçou, na segunda-feira (29), sobre as limitações da terapia celular CAR-T no tratamento do câncer, destacando o fato do uso ser experimental. Em nota, também afirma que este ainda não é um protocolo padrão no combate ao câncer, já que mais estudos clínicos são necessários.
"Esse recurso é aplicável em circunstâncias onde há um risco imediato à vida do paciente ou quando se trata de doenças para as quais não existem alternativas terapêuticas disponíveis no país”, detalha a Anvisa sobre os usos da terapia CAR-T.
Terapia CAR-T pode ser usada contra quais tipos de câncer?
"O linfoma e a leucemia são hoje os principais focos do programa de terapia celular CAR-T”, informa o Instituto Butantan, em nota. Aqui, vale lembrar que a terapia inovadora chega ao SUS em uma parceria do instituto com a Universidade de São Paulo (USP) e o Hemocentro de Ribeirão Preto.
Desde 2019, quando os estudos começaram e, posteriormente, quando os primeiros tratamentos foram realizados na rede pública, apenas dois tipos de cânceres foram tratados com a nova terapia:
- Leucemia linfoide aguda de células B;
- Linfoma não Hodgkin de células B.
Futuro do tratamento oncológico com CAR-T
Hoje, ainda há limitações para o uso da nova terapia celular, mas testes complementares devem ser iniciados para verificar a eficácia e a segurança da estratégia contra outros tipos de câncer, como:
- Mieloma múltiplo (câncer no sangue);
- Leucemia mieloide aguda (câncer no sangue):
- Glioblastoma (tumores sólidos);
- Melanoma (tumores sólidos).
Independente do tipo de câncer, a base da terapia CAR-T é coletar e modificar geneticamente as células de defesa do paciente (linfócitos T). No laboratório, elas "aprendem" a combater o tipo de câncer específico que está afetando o organismo do indivíduo, o que aumenta as chances de remissão completa (cura). No Brasil, um dos desafios de implementação é o preço, já que o tratamento custa cerca de 2,5 milhões de reais.
Fonte: Anvisa e Instituto Butantan