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Síndrome de Pica | Transtorno causa compulsão por comer coisas não comestíveis

Por| Editado por Luciana Zaramela | 27 de Fevereiro de 2023 às 10h57

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hunnnterrr/Flickr/CC-BY-2.0
hunnnterrr/Flickr/CC-BY-2.0

Segura a quinta série: a seguir, vamos apresentar um transtorno alimentar chamado alotriofagia, definida pela compulsão incontrolável de comer coisas não comestíveis e, geralmente, bem incomuns, mas que também pode ser chamada pelo nome de Síndrome de Pica ou Picacismo. Nela, os afetados podem acabar ingerindo sabão, giz, cinzas de cigarro, fezes, barro, esponjas, tijolos, pregos, cola, carvão, algodão, pedras, enfim, qualquer coisa.

O nome cômico da síndrome vem de uma ave chamada pega ou pega-rabuda, do gênero Pica, que justamente não tem muito critério na hora de se alimentar, basicamente comendo tudo que encontra pelo caminho. Nos humanos, o problema traz a vontade de ingerir uma ou mais coisas não comestíveis, mesmo que o indivíduo saiba que não deve se alimentar do que quer que esteja desejando.

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Sintomas e causas

Vale ressaltar que a uma vontade passageira ou ingestão de algo incomum uma ou duas vezes não é considerado alotriofagia. Segundo especialistas, esse diagnóstico só é dado para quem sofre de um desejo compulsivo que dure mais de 30 dias. A síndrome também não é tão ao pé da letra na comparação com o pega-rabuda, já que o paciente costuma sentir vontade de comer um objeto específico, não desejando literalmente tudo o que vê pela frente.

Associada à falta de ferro e zinco no organismo, a doença apareceu na literatura pela primeira vez no caso de uma gestante que ingeria terra. As grávidas representam uma parcela grande das ocorrências da alotriofagia, já que têm, como a sabedoria popular bem guarda, o desejo de comer coisas incomuns. A deficiência nutricional pode ser um sintoma secundário, neste caso.

O picacismo pode causar uma série de problemas, como se pode imaginar. Quando não tratado, ele pode levar à obstrução intestinal, perda de peso e intoxicação, a depender do tipo de material consumido. Mesmo com o desejo por algo específico, o paciente não costuma apresentar dificuldade para se alimentar de maneira normal, com alimentos comestíveis.

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Tratamento e apoio

A patologia também pode aparecer em pessoas com anemia ou deficiência de ferro e pacientes psiquiátricos, especialmente os que apresentam esquizofrenia, transtorno obsessivo-compulsivo, deficiência intelectual ou mesmo depressão. Para o tratamento, indica-se visitar diversos profissionais de saúde, aliando os trabalhos de psicólogos, nutricionistas e psiquiatras (quando necessário) com o de clínicos gerais.

É importante acompanhar o paciente, providenciando suplementação e apoio psicológico para entender a condição enquanto se busca a origem mais orgânica da doença. Para quem convive com alguém que apresenta a condição, convém manter o indivíduo longe de produtos tóxicos, evitando possíveis intoxicações e sequelas graves, que podem surgir a depender do produto ingerido.

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Fonte: Revisão Psiquiátrica Clínica, Instituto de Apoio e Desenvolvimento, INJQ