Síndrome de Borderline pode ser hereditária, segundo estudo
Por Nathan Vieira | Editado por Luciana Zaramela | 19 de Janeiro de 2022 às 16h20
Em um estudo publicado no último mês de dezembro na revista científica The World Journal of Biological Psychiatry, pesquisadores da Universidade de Toronto (Canadá) sugeriram que o transtorno de personalidade Borderline pode ser hereditário, uma vez que identificaram padrões de atividade cerebral semelhantes entre parentes próximos.
Anteriormente, os pesquisadores chegaram a observar que pessoas com a condição e seus parentes próximos costumam apresentar taxas mais altas de depressão, transtorno de estresse pós-traumático e ansiedade. Dessa vez, com a intenção de investigar essa hereditariedade, esses mesmos cientistas analisaram 103 pessoas com Borderline, 73 familiares imediatos de pessoas com o transtorno e 99 indivíduos sem histórico familiar de doença psiquiátrica.
O estudo procurou determinar se parentes de pessoas com Borderline também têm dificuldade de controlar o impulso, e para isso, os cientistas mediram a atividade no córtex pré-frontal diante de determinadas tarefas. As conclusões são curiosas: o grupo de pacientes diagnosticados com Borderline tiveram uma atividade menor do que os indivíduos sem histórico familiar de doença psiquiátrica. Entretanto, os parentes de pessoas com Borderline formaram o grupo com maior índice de atividade no córtex pré-frontal.
Para os autores do estudo, isso pode significar que parentes de pessoas com Borderline concentram mais energia para manter seus impulsos sob controle. Em meio às tarefas, aqueles com a condição e seus familiares demonstraram dificuldade em solucionar problemas. Os pesquisadores afirmam que entender esses fatores pode ajudar no tratamento de pessoas com o transtorno.
Fonte: The World Journal of Biological Psychiatry, University of Toronto Scarborough News, Cambridge Core via IFL Science