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Simulação de tratamento individual contra câncer aumenta chances de cura

Por| Editado por Luciana Zaramela | 17 de Abril de 2024 às 09h37

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Imagem:  National Cancer Institute/Unsplash
Imagem: National Cancer Institute/Unsplash

Após um diagnóstico contra o câncer, a maioria dos oncologistas irá prescrever um tratamento baseado no local original do tumor e na gravidade da doença. Isso normalmente envolve uma combinação entre cirurgia, radiação e medicamentos. Buscando formas de turbinar as chances de cura, pesquisadores da Universidade Internacional da Flórida, nos EUA, propõem um novo protocolo, envolvendo testes de laboratório com as células cancerígenas antes de qualquer terapia ser aplicada.

Apelidada de medicina de precisão funcional, a proposta dos pesquisadores é avaliar como as células cancerígenas do paciente vão reagir aos medicamentos, fora do corpo. É uma espécie de simulação, que também adota a Inteligência Artificial (IA).

Como esses testes não causam prejuízos ao paciente, será possível verificar inúmeros medicamentos, das drogas mais tradicionais até as mais modernas. A aposta final contra o câncer será com o medicamento mais promissor. Em paralelo, testes genéticos, como a biópsia líquida, podem ser feitos, avaliando outros riscos.

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Como é a medicina de precisão funcional?

Para demonstrar as possibilidades da nova abordagem, os pesquisadores publicaram os primeiros resultados de um estudo clínico envolvendo a medicina de precisão funcional na revista Nature. Apenas crianças e adolescentes com tumores agressivos foram recrutados.

Se estes pacientes tivessem recorrido à medicina de precisão, os médicos teriam coletado amostras de saliva ou de sangue dos pacientes para a análise do DNA do tumor. Assim, seria possível escolher quais medicamentos, muito possivelmente, podem gerar uma melhor resposta. Isso é válido, mas o direcionamento, segundo os autores, poderia ser ainda melhor.

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Com minha equipe, “coletamos uma amostra de células cancerígenas de um paciente durante a biópsia, cultivamos as células no laboratório e as expomos a mais de 100 medicamentos aprovados pela Food and Drug Administration”, explica Diana Azam, um das autoras do estudo, em artigo para a plataforma The Conversation.

“Neste processo, denominado teste de sensibilidade a medicamentos, procuramos os medicamentos que matam [mais e melhor] as células cancerígenas”, acrescenta Azam. Em paralelo, análises com ferramentas de IA também são usadas, buscando mais respostas possíveis.

Testes prático com a nova forma de tratar câncer

Na pesquisa clínica, o tratamento individual foi testado primeiro em laboratório para 25 dos pacientes recrutados, com diferentes tipos de câncer. Para chegar a essa terapia ideal, foram necessários 10 dias de espera contra os 30 dias das análises genômicas.

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“O nosso estudo mostrou que 83% dos pacientes com câncer que receberam tratamentos guiados pela nossa abordagem tiveram benefícios clínicos, incluindo melhor resposta e maior taxa de sobrevivência”, destaca a pesquisadora Azam.

"A combinação de testes de sensibilidade a medicamentos com análise de DNA pode ajudar a personalizar os tratamentos contra o câncer para cada paciente”, defende a autora sobre o melhor modelo a ser adotado. 

Agora, a equipe de pesquisa busca expandir os testes da nova abordagem de tratamento contra o câncer para um grupo maior de pacientes. No futuro, a estratégia pode melhorar as chances de cura da doença de centenas de milhares de pessoas.

Fonte: Nature The Conversation