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Risco de câncer cai com a seleção genética dos embriões

Por| Editado por Luciana Zaramela | 20 de Março de 2024 às 10h57

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Maxxyustas/Envato Elements
Maxxyustas/Envato Elements

Para reduzir o risco de câncer ao longo da vida, casais que realizam a fertilização in vitro podem fazer a seleção genética dos embriões. A medida é indicada para os pais com predisposição genética para a doença, o que pode ser avaliado através de testes genéticos.

De forma mais simples, se a mãe da futura criança tem uma mutação no gene BRCA1 que aumenta o risco para o câncer de mama, ela poderá transmitir esse gene (e a probabilidade do risco) para os filhos. A estratégia de seleção de embriões deve eliminar a probabilidade da criança nascer com o gene, em questão.  

Por muitos anos, os indivíduos com o risco aumentado de câncer por causa hereditária não tinham muito o que fazer, e esta é uma nova possibilidade para alguns — fertilizações in vitro e testes genéticos não são acessíveis para todos e nem estão disponíveis no Sistema Único de Saúde (SUS).

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Hoje, os testes genéticos são mais indicados para casais que já têm histórico familiar de câncer hereditário — por exemplo, cerca de 5% a 10% dos casos de câncer de mama têm origem hereditária, segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca).

Como é a seleção de embriões?

A seleção de embriões pode ser feita após o teste genético, caso os resultados apontem para a ocorrência de genes com potencial de provocar câncer. Nestas circunstâncias, os embriões vão ser analisados e selecionados.

Somente aqueles embriões que não carregam o gene responsável por aumentar o risco de câncer são implantados no útero da mulher. Fora essa etapa prévia, toda a gravidez transcorre de forma normal.

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No Brasil, a seleção de embriões é um processo regulamentado e respaldado pelo Conselho Federal de Medicina (CFM). Segundo José Bines, médico oncologista da Oncologia D’Or, não há problemas éticos no procedimento. 

Genes e câncer hereditário

Aproximadamente 100 genes já foram mapeados no DNA com associação ao aumento de predisposição hereditária a determinados tipos de tumor. No caso dos cânceres de mama e ovário, o risco está relacionado a mutações genéticas nos genes BRCA1 e BRCA2. 

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O conjunto de alterações genéticas familiares conhecido por síndrome de Lynch aumenta a predisposição para o câncer de cólon, útero, estômago, intestino delgado e pelve renal.  

Além disso, outras mutações genéticas conhecidas podem ampliar a probabilidade de câncer no pâncreas, próstata, melanoma e tireoide.

Risco do câncer de mama

Por ano, são estimados 73,6 mil novos casos de câncer de mama no Brasil. Embora a idade (mais de 50 anos) seja o principal fator de risco, as condições genéticas e hereditárias aumentam também as chances.

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Em quem tem predisposição genética para o câncer de mama, a doença pode se manifestar mais cedo, antes dos 50 anos. “Outra particularidade [desses casos] é o surgimento de tumores nas duas mamas ou mais de um tumor por mama”, afirma Rodrigo Guindalini, oncologista clínico da Oncologia D’Or.

Teste genético para todos

O teste genético para predisposição hereditária do câncer está se tornando mais comum no país, mas ainda é subutilizado quando se compara o uso com o de outros países. 

No caso do SUS, ele não está disponível — ocorre apenas um experimento com a implementação de testes genéticos para a detecção de doenças raras. Mesmo nas clínicas particulares, esses exames não são muito populares, por falta de treinamento dos profissionais de saúde.

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Além de fazer o teste, é fundamental que os resultados sejam interpretados de forma correta, o que pode ser feito por médicos geneticistas clínicos e oncologistas clínicos especializados em genética.

Fonte: Com informações: Inca