Qual a diferença entre quimioterapia e radioterapia?
Por Fidel Forato • Editado por Luciana Zaramela |
Quimioterapia e radioterapia são dois tratamentos bastante comuns para o combate ao câncer. A principal diferença entre os dois métodos é a forma como são administrados, já que o primeiro envolve o uso de medicamentos (químicos). Agora, o segundo consiste na aplicação de feixes de radiação para atacar, diretamente, as células dos tumores.
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Além da quimioterapia e da radioterapia, outras estratégias podem ser usadas durante o tratamento do câncer, como cirurgias — onde o tumor é removido — ou ainda transplante de medula óssea. Em alguns casos, a equipe médica pode combinar mais de um tipo de terapia, dependendo de qual câncer foi diagnosticado e o quão avançado ele está.
O que é quimioterapia?
Segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca), a quimioterapia é basicamente um tipo de tratamento contra o câncer em que se usam medicamentos. "Estes medicamentos se misturam com o sangue e são levados a todas as partes do corpo, destruindo as células doentes que estão formando o tumor e impedindo, também, que se espalhem", detalha. Esta terapia tende a ser menos localizada que a radioterapia, porque os remédios são distribuídos por todo o corpo.
Tipos de administração
No tratamento contra o câncer, a quimioterapia pode ocorrer de seis formas diferentes. Uma das mais comuns é a feita por via oral, ou seja, quando o paciente ingere os medicamentos na forma de comprimidos, cápsulas ou líquidos. Nestes casos, o tratamento pode ser feito em casa, sem necessidade de usar a estrutura hospitalar. Outro cenário é o uso tópico, que ocorre quando o remédio entra na composição de uma pomada para o uso em determinadas regiões da pele.
Além disso, o tratamento pode ser feito por via intravenosa (pela veia), o que costuma ocorrer com a aplicação de medicamentos por injeções ou misturados na bolsa soro. A via intramuscular (pelo músculo), a subcutânea (pela pele) ou ainda a intracraneal (pela espinha dorsal) também pode ser adotadas no tratamento, dependendo da orientação médica.
O que é radioterapia?
Agora, a radioterapia é "um tratamento no qual se utilizam radiações ionizantes (raios-x, por exemplo), que são um tipo de energia para destruir as células do tumor ou impedir que elas se multipliquem", define o Inca. Vale destacar que as radiações são direcionadas, não podem ser observadas e o paciente não as sente durante a aplicação.
Antes do início do tratamento, o oncologista deve solicitar um exame de imagem da região onde o câncer está localizado. Com a visualização do tumor, é possível entender a dimensão e delimitar o local em que estão concentradas as células cancerígenas. O tratamento deve focar nesta região.
Tipos de radioterapia
Para o tratamento do câncer, existem dois principais tipos de radioterapia: a externa (teleterapia) ou a braquiterapia. Entre elas, a diferença está na proximidade ou na distância entre o aparelho que aplica as radiações no tumor e o paciente. Por exemplo, no caso da externa, a radiação é emitida por um aparelho afastado do paciente, mas os raios estão direcionados para o local do tumor.
Enquanto isso, na braquiterapia, a equipe de saúde usa aplicadores de radiação e os coloca em contato com o local que deve ser tratado. "A fonte de radiação sai do aparelho, percorre cateteres que são ligados aos aplicadores e irradia próximo à área a ser tratada. Depois, a fonte retorna ao aparelho fazendo o mesmo trajeto", explica o Inca.
Os tratamentos podem ser usados juntos?
O médico que acompanha o caso é quem deve definir a melhor estratégia para cada tipo de câncer, já que algumas abordagens são mais eficientes que outras, dependendo do tipo e da evolução do tumor. Inclusive, a radioterapia e a quimioterapia podem ser usadas em um mesmo tratamento.
Quando os dois tipos de tratamentos são usadas de forma conjunta, costuma-se falar em quimioterapia concomitante à radioterapia. Na maioria dos casos, a escolha desta abordagem está relacionada com tumores que não podem ser removidos cirurgicamente e que apresentam alta possibilidade de se espalharem pelo corpo. Além disso, pode ser adotada quando o organismo não responde de forma esperada a outros tratamentos testados.
Fonte: Healthline e Inca (1) e (2)