Remédio injetável para perda de peso pode acelerar envelhecimento do rosto
Por Nathan Vieira | Editado por Luciana Zaramela | 27 de Janeiro de 2023 às 10h57
A comunidade dermatológica está preocupada com um efeito colateral de um remédio injetável chamado Mounjaro, que tem sido procurado para perda de peso: o envelhecimento acelerado do rosto. Isso se dá por conta justamente da rápida perda de peso induzida pela substância, originalmente destinada a pacientes com diabetes.
O tratamento não é barato: custa cerca de US$ 1 mil por mês (ou seja, pouco mais de R$ 5 mil, em conversão direta). O alerta dos médicos é que as características faciais do paciente possam desinchar subitamente, uma vez que os usuários perdem muita gordura corporal em um curto período de tempo.
"Quando se trata de envelhecimento facial, a gordura costuma ser mais amiga do que inimiga. A perda de peso pode atrasar sua idade biológica, mas tende a adiantar seu relógio facial", alertou o cirurgião plástico Oren Tepper, durante uma entrevista ao veículo The New York Times.
O médico conta que, geralmente, são as pessoas na faixa dos 40 e 50 anos que estão perdendo quantidades significativas de peso e estão preocupadas com o envelhecimento facial e a flacidez que ocorre como resultado. Isso faz com que alguns procurem a cirurgia plástica.
Mas esse não é o único revés da fórmula. Os especialistas também temem que o Mounjaro possa aumentar o risco de um tipo raro de câncer de tireoide.
O que a ciência diz sobre perda de peso
A ciência já conseguiu reunir diversas informações sobre o que influencia o ganho ou a perda de peso. Pesquisadores sugerem, por exemplo, que engordar está mais relacionado ao tipo de alimento consumido, e não necessariamente à quantidade.
Anteriormente, cientistas sul-africanos e britânicos identificaram pouca diferença nos resultados entre quem adota a famosa dieta low-carb e quem come carboidratos de forma equilibrada. Na ocasião, a equipe identificou que entre os adultos com excesso de peso, quem seguiu a dieta por 3 a 8 meses perderam, em média, 1 kg a mais do que aqueles que seguiram dietas equilibradas. Em dietas mais longas, de um a dois anos, a diferença média na perda de peso foi de pouco menos de 1 kg.
Estudos também já revelaram que dormir pouco atrapalha a manter o peso, enquanto dormir mais pode ajudar na perda de peso. O sono de cerca de seis horas de duração pode aumentar os riscos de pressão alta, colesterol alto e depósitos de gordura que se acumulam nas artérias.
Fonte: The New York Times