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Dieta low-carb funciona mesmo para emagrecer? Eis o que diz a ciência

Por| Editado por Luciana Zaramela | 17 de Fevereiro de 2022 às 18h05

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Puhimec/Envato Elements
Puhimec/Envato Elements

Entre as "tendências" para a perda de peso, estão as dietas low-carb, em que as pessoas buscam cortar ao máximo os carboidratos da alimentação. Além da promessa de emagrecimento, adeptos da dieta sugerem que ela melhora outras condições de saúde, como doenças cardíacas e o diabetes. No entanto, pesquisadores sul-africanos e britânicos identificaram pouca diferença nos resultados entre quem a adota e quem come carboidratos de forma equilibrada.

Publicada na plataforma Cochrane Library, a revisão sistemática — estudo que analisa outros artigos já desenvolvidos sobre o mesmo tema — foi liderada por cientistas da Stellenbosch University, na África do Sul, e da Liverpool School of Tropical Medicine, na Inglaterra.

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"Provavelmente, há pouca ou nenhuma diferença na redução de peso e mudanças nos fatores de risco cardiovasculares, em até dois anos de acompanhamento, quando participantes com sobrepeso e obesidade, sem e com T2DM [diabetes tipo 2], são randomizados para dietas com baixo teor de carboidratos ou dietas com carboidratos equilibradas", concluem os autores do estudo.

Vale explicar que os carboidratos são encontrados em pães, cereais e outros grãos. Além disso, estão presentes em frutas, legumes e leite. Também são encontrados em alimentos ultraprocessados, como refrigerantes, bolos e fast food. Basicamente, estão em quase tudo que é consumido. Por isso, fugir deles pode ser uma tarefe hercúlea.

Low-carb e ciência

Na revisão sistemática, os pesquisadores incluíram 61 ensaios clínicos randomizados — o mais alto nível de evidência científica —, somando quase 7 mil voluntários com excesso de peso corporal. Do total, 1,8 mil apresentavam diabetes tipo 2. Nenhum participante sem excesso de peso foi incluído no levantamento.

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Para avaliar os resultados da dieta low-carb, os pesquisadores compraram os resultados com os de quem consumia carboidratos de forma equilibrada. Para isso, foi fundamental definir o que consistia em cada um desses dois tipos de alimentação. Segundo a equipe, estes foram os critérios:

  • Dieta low-carb: dietas cetogênicas (consumo, em média, de menos de 50g de carboidratos por dia) e dietas com pouco carboidrato (de 50 a 150 gramas de carboidratos por dia ou menos de 45% de energia total de carboidratos);
  • Dietas equilibrada de carboidratos: mais de 150 gramas de carboidratos por dia ou 45-65% de sua energia total de carboidratos.

Vale a pena cortar 100% os carboidratos?

Após análises dos resultados, os cientistas identificaram que entre os adultos com excesso de peso — mas que não tinham diabetes —, aqueles que seguiram uma dieta low-carb por 3 a 8 meses perderam, em média, 1 kg a mais do que aqueles que seguiram dietas equilibradas. Em dietas mais longas, de um a dois anos, a diferença média na perda de peso foi de pouco menos de 1 kg.

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Focando apenas nos voluntários que apresentavam diabetes, os resultados também foram parecidos. Em dietas de 3 a 6 meses, a diferença entre o modelo low-carb e o equilibrado foi de 1,3 kg. No entanto, em intervenções mais longas que duraram entre um a dois anos, não foram identificadas diferenças.

Além disso, a equipe de pesquisadores não encontrou mais benefícios para a saúde dos voluntários entre quem adotou a dieta mais restritiva ou a equilibrada, como controle pressão arterial, colesterol, queda no açúcar no sangue ou risco de resfriados. Isso explica que consumir quase nada de carboidratos ou seguir uma dieta equilibrada pode trazer resultados bastante semelhantes.

Fonte: Cochrane LibraryThe Conversation