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Redução do sono profundo aumenta risco de Alzheimer em 27%

Por| Editado por Luciana Zaramela | 01 de Novembro de 2023 às 09h36

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Shane/Unsplash
Shane/Unsplash

Segundo um artigo publicado na revista científica JAMA Neurology na última segunda-feira (30), apenas 1% de redução no sono profundo por ano para pessoas com mais de 60 anos pode resultar em um aumento de 27% no risco de Alzheimer.

O grupo analisou 346 participantes e conduziu duas análises nos períodos de 1995 a 1998 e 2001 a 2003, com direito a um acompanhamento das condições de sono até 2018. Os pesquisadores descobriram, em média, que a quantidade de sono profundo diminuiu, indicando perda de sono com o envelhecimento.

Conforme diz o estudo, nos anos seguintes de acompanhamento, ocorreram 52 casos de Alzheimer. Os pesquisadores afirmam que o sono profundo apoia o envelhecimento do cérebro de muitas maneiras, e aumenta a eliminação de resíduos metabólicos do cérebro, inclusive facilitando a eliminação de proteínas que se agregam no Alzheimer.

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Mas a própria equipe reconhece que, até o momento, não há uma certeza do papel do sono profundo no desenvolvimento do Alzheimer. Ainda assim, as descobertas sugerem que a perda do sono pode ser um fator de risco para a doença.

“Examinamos se o risco genético para a doença de Alzheimer ou os volumes cerebrais sugestivos de neurodegeneração precoce estavam associados a uma redução no sono profundo. Descobrimos que um fator de risco genético para a doença, mas não o volume cerebral, estava associado a declínios acelerados no sono", afirma a equipe.

Dormir mal contribui para Alzheimer

Em 2022, um estudo publicado na revista científica Plos Genetics revelou que dormir mal pode contribuir para o surgimento do Alzheimer. Pacientes com a doença podem experimentar distúrbios do sono anos antes, e bons hábitos de sono podem ser um método de prevenção.

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O artigo menciona que as células imunológicas se encarregam de encontrar e destruir as proteínas prejudiciais que ameaçam se acumular no cérebro, principalmente a beta-amiloide, anteriormente associada à doença.

No entanto, não é só a falta de sono que impacta na condição. Um estudo publicado na revista científica Alzheimer’s & Dementia faz um alerta oposto: tirar vários cochilos ao longo do dia pode elevar o risco de Alzheimer também.

O artigo sugere que quando esse hábito de tirar cochilos ao longo do dia aumenta a cada ano, pode ser um indício de progressão da doença. A descoberta ressalta a necessidade de se prestar mais atenção aos padrões de sono dos idosos, para monitorar a saúde.

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Sinais de Alzheimer durante o sono

No último mês de setembro, pesquisadores inventaram um dispositivo que é colocado na cabeça do usuário e pode detectar sinais de Alzheimer durante o sono. Esse biomarcador digital detecta padrões de ondas cerebrais relacionados à reativação da memória durante o sono, que fazem parte de um sistema que processa memórias durante o sono profundo. Assim, os cientistas identificam uma relação entre as leituras e os níveis de alterações moleculares específicas indicativas da doença.

Fonte: JAMA Neurology