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Ratos podem ser infectados pela variante Beta do coronavírus, diz estudo

Por| Editado por Luciana Zaramela | 08 de Setembro de 2021 às 10h40

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Twenty20photos/Envato Elements
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Desde o início da pandemia do coronavírus SARS-CoV-2, inúmeros casos de animais infectados pelo vírus já foram identificados, como gatos, cachorros e visons. Agora, um novo estudo, desenvolvido por pesquisadores chineses, observou que a variante Beta (B.1.351/501Y.V2) do vírus da COVID-19 —  identificada pela primeira vez na África do Sul — pode infectar ratos, pelo menos em laboratório.

Publicado na revista científica National Science Review (NSR), o estudo que identificou a capacidade da variante Beta do coronavírus em infectar roedores foi liderado por pesquisadores do Instituto de Microbiologia e Epidemiologia de Pequim, na China. 

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Ratos podem ser infectados na natureza?

Vale destacar que a infecção da COVID-19 foi induzida pelos cientistas, o que significa que ela pode não acontecer de maneira "natural", sem a intervenção humana. Outro estudo, divulgado por pesquisadores franceses do Instituto Pasteur, já havia verificado que a variante Beta e a Gama (P.1) —  identificada pela primeira vez em Manaus, no Brasil — conseguem contaminar estes animais.

Por outro lado, a cepa original do coronavírus, descoberta em Wuhan, não conseguia infectar ratos, ou seja, não são todas as variantes capazes de contaminar estes roedores. Isso porque apenas as que apresentam mutações específicas na proteína S (os spikes da membrana viral) podem fazer isso, como a mutação N501Y.

Estudo da variante Beta em ratos

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No estudo chinês, a equipe de cientistas infectou as cobaias — no caso, fêmeas com 9 meses de vida — com dois tipos do coronavírus: a cepa original (grupo controle); e a variante Beta. O agente infeccioso foi injetado por via intranasal, em elevadas doses. Para verificar os efeitos dos diferentes tipos do vírus da COVID-19 na espécie, os pesquisadores realizaram a necropsia dos organismos.

Nas cobaias infectadas pela variante Beta, os autores do estudo verificaram danos pulmonares visíveis, mas também um grande número de células epiteliais necróticas descamadas nos brônquios, hemorragias dispersas e infiltração de células inflamatórias dentro das paredes alveolares.

No sangue dos animais, foi possível detectar a presença de anticorpos IgG específicos para o coronavírus SARS-CoV-2 e anticorpos neutralizantes nos dias 6 e 8 pós-infecção. Além disso, a infecção da variante Beta causou uma perda de peso significativa em ratos mais velhos.

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Na conclusão do estudo, a equipe afirmou que estas evidências indicam, claramente, que a variante Beta adquiriu a capacidade de se replicar no trato respiratório de ratos e induzir lesões pulmonares típicas e respostas imunológicas específicas ao vírus.

"O mais interessante é que a variante 501Y.V2 [Beta] foi rapidamente substituída por outra — a variante Delta — na população humana. Nossos resultados indicam que o SARS-CoV-2 em circulação tem evoluído rapidamente e que pode ocorrer aquisição transitória de infectividade entre espécies em animais", completam os autores sobre os riscos da evolução viral.

Para acessar o estudo completo sobre a infecção da variante Beta em ratos, clique aqui.