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Qdenga: OMS recomenda vacina da dengue para crianças

Por| Editado por Luciana Zaramela | 03 de Outubro de 2023 às 12h47

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Twenty20photos/Envato Elements
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A Organização Mundial da Saúde (OMS) passou a recomendar, na segunda-feira (2), a vacinação contra a dengue de crianças e adolescentes que vivem em áreas endêmicas para a doença transmitida pelo mosquito Aedes aegypti. Para essa imunização, a orientação envolve o uso da vacina Qdenga, desenvolvida pela farmacêutica japonesa Takeda.

Nos testes clínicos, a vacina Qdenga foi classificada como segura e eficaz. A eficácia foi estimada em 80,2% contra casos sintomáticos da dengue. Além disso, o imunizante protegeu contra 90,4% dos casos graves da doença, independente do sorotipo.

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A decisão de incentivar a vacinação dos jovens com a vacina foi compartilhada após debate do Grupo Consultivo Estratégico de Peritos em Imunização da OMS (SAGE). A reunião que deliberou sobre o tema ocorreu na última semana de setembro deste ano.

OMS indica vacina Qdenga contra dengue

Segundo a OMS, a vacina Qdenga deve ser aplicada em duas doses, com três meses de intervalo entre elas. Até o momento, o público alvo é composto por crianças e adolescentes, de 6 a 16 anos, que vivem em regiões onde a dengue é endêmica — no Brasil, a doença é considerada uma endemia.

Para que a imunização contra a dengue tenha uma boa cobertura vacinal, o SAGE recomenda que a introdução da vacina seja feita nos países através de uma comunicação clara e objetiva, envolvendo toda a comunidade beneficiada. Isso ajuda a evitar as fake news, tão disseminadas em relação ao imunizante da covid-19 na pandemia.

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Aumento dos casos de dengue com as mudanças climáticas

Os especialistas da OMS entendem que os casos de dengue ainda devem aumentar globalmente, o que pode ser explicado, em partes, pelas mudanças climáticas. Por exemplo, o excesso de chuvas e o acúmulo de água parada contribuem para a proliferação do mosquito e, consequentemente, da doença.

"A dengue representa um fardo significativo para a saúde pública em países endêmicos e deverá aumentar ainda mais, tanto em termos de incidência como de expansão geográfica, devido às mudanças climáticas e à urbanização”, pontua a organização em nota.

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Brasil tem vacina contra a dengue da OMS?

Vale lembrar que, no Brasil, a vacina Qdenga foi autorizada para uso pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em março deste ano. No público brasileiro, o imunizante da Takeda pode ser aplicado em pessoas de 4 a 60 anos.

Inclusive, o imunizante já está disponível no país, mas apenas em clínicas particulares, onde a imunização completa (2 doses) custa entre 700 a mil reais — o valor final depende do estabelecimento escolhido para a aplicação.

Qdenga vai chegar ao SUS?

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Até o momento, não há previsão de quando a vacina recomendada pela OMS chegará ao Sistema Único de Saúde (SUS). Em nota, divulgada em julho deste ano, o Ministério da Saúde afirmou que “a adoção no SUS de um imunizante contra a dengue dependerá, exclusivamente, de critérios científicos, tecnológicos e do processo institucional definido em lei para garantir o acesso das pessoas em bases sustentáveis, podendo haver produtos importados ou produzidos localmente”.

Como a farmacêutica solicitou a incorporação do imunizante no sistema público do país, a Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias do SUS (Conitec) está avaliando se a fórmula deve ser incluída no Programa Nacional de Imunizações (PNI). Todo o processo só deve ser concluído em 2024.

Em paralelo, o Instituto Butantan desenvolve um imunizante próprio contra a dengue. Os dados preliminares indicam alta eficácia contra a doença, que pode ser mortal.

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Mais vacinas indicadas para crianças

Além da vacina da dengue, a OMS passou a recomendar dois novos imunizantes para crianças que vivem em áreas potencialmente de risco. Entre eles, está a vacina R21/Matrix-M contra a malária, aplicada em quatro doses — é a segunda fórmula contra a doença aprovada pelo SAGE.

Além disso, foi recomendada uma nova vacina contra a meningite, a Men5CV, que demonstrou proteger contra cinco espécies de bactérias que causam inflamação nas membranas que revestem o cérebro e a medula espinhal. Aplicada em dose única, a fórmula é destinada para bebês e crianças dos 9 até os 18 meses.

Fonte: OMS (1) e (2)