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Praticar 6 minutos diários de exercício intenso pode ajudar a evitar Alzheimer

Por  • Editado por Luciana Zaramela | 

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Jacoblundo/Envato
Jacoblundo/Envato

Ao analisar os efeitos de exercícios físicos e jejuns na saúde cerebral, cientistas descobriram que 6 minutos diários de atividades intensivas podem prolongar a vida útil do cérebro humano, freando os avanços de doenças como o mal de Alzheimer e o de Parkinson. Isso é garantido pelas ações de uma proteína importante para a formação cerebral, a memória e o aprendizado, que pode ser ativada por corridas, ciclismo ou outros treinos curtos, porém intensos.

Seu nome é Fator Neurotrófico Derivado do Cérebro (BNDF), responsável pela capacidade do órgão de formar novos caminhos e conexões entre as sinapses (também conhecido como neuroplasticidade) e sobrevivência dos neurônios. Ao estudar cobaias animais, os pesquisadores notaram um papel importante da proteína no estímulo formativo e armazenamento de memórias, no aprendizado e no desempenho cognitivo geral.

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Aumentando proteínas naturalmente

Terapeuticamente, apesar de conhecido, o benefício do aumento de BNDF ainda não havia sido alcançado em humanos, já que as pesquisas só tiveram sucesso em animais até o momento. A alternativa da pesquisa mais recente, publicada na revista científica The Journal of Physiology, foi encontrar formas não-farmacológicas de explorar o potencial da proteína, aumentando sua presença de formas mais naturais, beneficiando principalmente cérebros mais velhos.

Foram testados os efeitos do exercício físico e do jejum intermitente na expressão da proteína, mais especificamente num comparativo entre exercícios leves, exercícios de alta intensidade, jejuns de 20 horas e uma combinação deste último com os diferentes tipos de atividade. Como exercício leve, foi utilizado o ciclismo de baixa intensidade por 90 minutos, enquanto o de alta intensidade foi caracterizado por 6 minutos de ciclismo pesado ou vigoroso.

Para verificar os efeitos dessas atividades, foram estudados 6 homens e 6 mulheres com idade entre 18 a 56 anos, igualando o sexo dos participantes para garantir uma representatividade populacional equilibrada. Também estão sendo estudados os efeitos de jejuns mais prolongados, com até 3 dias de duração, para verificar os exercícios melhoram os benefícios da restrição alimentar. Os resultados desse último teste, no entanto, ainda não foram divulgados.

Curto, porém intenso

O exercício mais bem-sucedido no aumento de BNDF foi o breve e de alta intensidade, tendo um efeito de 4 a 5 vezes maior do que o da atividade mais longa, que aumentou a proteína apenas moderadamente — de 366 pg/l−1 (picograma por litro) para 390 pg/l−1. O jejum de 20 horas não teve efeitos observáveis na concentração da substância no cérebro dos voluntários.

Os cientistas acreditam que a diferença seja causada por uma relação entre o metabolismo da glicose e a troca de substrato cerebral, que acontece quando o cérebro troca de uma fonte de combustível para outra, como forma de garantir o abastecimento energético eficiente do corpo. Um exemplo de troca seria o da glicose — principal fonte de energia do cérebro — para o lactato, feita durante exercícios físicos. Testes para confirmar a teoria, no entanto, ainda não foram feitos, então ela permanece, por enquanto, hipotética.

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Outra ideia considera o papel das plaquetas no sangue, armazenadoras de altas concentrações de BNDF e categoria de células que aumenta em quantidade quando fazer exercícios físicos. Elas também sofrem mais influências das atividades corporais do que do jejum, ficando até 20% mais comuns durante uma sessão de ciclismo, por exemplo. Aos cientistas, resta aprofundar os estudos para revelar os segredos da relação entre a importante proteína e o nosso cérebro.

Fonte: The Journal of Physiology