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Jejum intermitente não é melhor do que restrição de calorias, diz estudo

Por| Editado por Luciana Zaramela | 25 de Abril de 2022 às 12h30

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Prostock-studio/Envato
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Você já ouviu falar de jejum intermitente? Essa técnica, que alega-se ajudar na perda de peso e melhorias na saúde, consiste em restringir não exatamente a sua dieta, mas sim os horários em que você come: nas modalidades iniciais, o horário de alimentação é restringido em 8 horas, por exemplo, mas pode chegar a 12, 16 ou até mesmo 24 horas, com apenas uma refeição por dia, em jejuns mais extremos.

Alguns estudos, no entanto, vêm tentando investigar se há mesmo grandes benefícios nesse método de dieta, e, embora já existam algumas pesquisas favoráveis, aponta-se que as evidências encontradas são consideradas de baixa qualidade. Um estudo recente, publicado na última quinta-feira (21), acompanhou pessoas que fizeram jejum e que não fizeram jejum por 12 meses, concluindo que a prática não é mais eficiente do que restrições puramente calóricas.

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Detalhes do estudo

Para realizar a pesquisa, os cientistas fizeram uma intervenção culturalmente sensível, colocando restrições calóricas e atenção à qualidade da dieta em dois grupos, um que tinha uma janela de apenas 8 horas para se alimentar (das 8h da manhã às 16h) e um que não tinha restrições de tempo. Foram analisados 71 homens e 68 mulheres, que reduziram o consumo de calorias para 1.500 a 1.800 kcal no grupo masculino e 1.200 a 1.500 no grupo feminino, cerca de três quartos da média base consumida.

As calorias foram divididas em 40 a 55 por cento de carboidratos, 15 a 20 por cento de proteínas e 20 a 30 por cento de gordura — os participantes foram encorajados a pesar os alimentos para garantir que estivessem consumindo as proporções corretas.

Além disso, houve acompanhamento de profissionais de saúde trainados, informações dietárias em forma de livretos com dicas acerca de porções e modelos de menu a serem seguidos. Eles tinham, também, de registrar o consumo alimentar com anotações, fotos e um app desenvolvido especialmente para o estudo.

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Os resultados mostraram um sucesso similar nos dois grupos estudados, sendo que o grupo que jejuou perdeu 8 quilos, em média, e o grupo não-jejuante perdeu 6,3 quilos. Segundo os pesquisadores, esse resultado não é estatisticamente significativo, mas demonstra que o jejum intermitente não é melhor do que restrição de calorias, mas também não é pior.

Especialistas que acompanharam o estudo, no entanto, lembram que os dietários pelo mundo dificilmente tem o mesmo acompanhamento de especialistas e uma equipe acompanhando a perda de peso, checando o progresso e adesão ao programa. O estudo, aliás, foi feito na China, país onde o costume de fazer pequenos lanches ao longo do dia não é comum como no ocidente.

Enquanto o conceito do jejum intermitente evolui, mais descobertas poderão seguir sendo feitas. Especialistas apontam que estudos futuros poderão determinar a duração apropriada da prática para cada paciente, quem poderá se beneficiar mais dela, como implementar essa restrição temporal e quais os potenciais mecanismos para isso — bem como os efeitos do jejum no início do dia em comparação com o jejum no final do dia, por exemplo.

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Fonte: The New England Journal of Medicine 1, 2