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Por que testes para novos remédios da covid estão atrasando?

Por| Editado por Luciana Zaramela | 17 de Junho de 2022 às 14h20

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Twenty20photos/Envato Elements
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Passados mais de dois anos da descoberta do coronavírus SARS-CoV-2, a ciência fez importantes descobertas e chegou a possíveis tratamentos e formas de prevenção da covid-19. Como era esperado, o ritmo vertiginoso dos ensaios clínicos está diminuindo e pesquisadores relatam dificuldades em encontrar novos voluntários.

Entre os fatores que "atrasam" os novos testes, está a vacinação em massa contra a covid-19. Em muitos países, a imunização derrubou o número de casos graves da doença. Apesar das vantagens inquestionáveis, isso reduz o interesse de pessoas em participarem do teste para novas fórmulas. A existência de medicamentos eficazes e seguros também contribui para a menor adesão.

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“Era definitivamente mais fácil fazer pesquisa no passado. Agora, você precisa projetar um estudo que atenda aos padrões de cuidados que os médicos desejam fazer e dos quais os pacientes desejam participar. E é muito mais difícil”, explica Elizabeth Hohmann, cientista e especialista em doenças infecciosas do Massachusetts General Hospital, nos Estados Unidos, para a revista Nature.

Quais remédios estão disponíveis hoje?

No momento, médicos já podem escolher remédios eficazes e seguros para o tratamento da covid-19. Afinal, algumas alternativas terapêuticas já foram aprovadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e também por agências nacionais de saúde, como a Food and Drug Administration (FDA), nos EUA, ou a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), no Brasil.

A seguir, confira as três principais classes de remédios que foram aprovados para o tratamento da covid-19 no mundo:

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Impacto das vacinas em novos estudos

O caso brasileiro é um dos exemplos da mudança de rumos na pesquisa por novos remédios. Com a vacinação, a taxa de mortalidade da covid-19 caiu vertiginosamente. É importante destacar que, em momentos críticos da pandemia, foram registradas 3 mil mortes diárias em decorrência da infecção. Atualmente, a média móvel é de 151 mortes por dia, segundo o Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass).

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Inegavelmente, a mudança do cenário brasileiro alterou pesquisas contra a covid-19. Este é o caso do estudo Together, coordenado por uma equipe internacional de cientistas e com o objetivo de testar medicamentos já existentes contra a doença, como a ivermectina. Após os ensaios clínicos em pacientes brasileiros, observou-se que o antiparasitário "não resultou em menor incidência de internações médicas por progressão da covid-19", segundo os autores. .

Mais recentemente, os cientistas do Together precisaram ampliar o número de voluntários e buscar participantes em outros países, como na África do Sul, Paquistão, República Democrática do Congo e Ruanda, para testar outras drogas. Isso porque a mortalidade da covid-19 caiu significativamente no Brasil e encontrar pacientes graves da covid-19 não é tão simples.

Antes da vacinação em massa, o pesquisador Edward Mills, da Universidade McMaster, no Canadá, explica que a mortalidade do coronavírus SARS-CoV-2 era estimada em 16% entre os brasileiros. Agora, o número caiu para um valor entre 3% e 5%. Nestes termos, o país deixa de ser tão interessante para estudos clínicos.

Testes do Paxlovid foram cancelados no Brasil

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No Brasil, a farmacêutica norte-americana Pfizer suspendeu, na quinta-feira (16), os testes clínicos com o antiviral Paxlovid. No estudo, o objetivo da pesquisa era avaliar o impacto do medicamento em pacientes de baixo risco para covid-19, ou seja, aqueles sem comorbidades.

Segundo a Agência Brasil, a Pfizer explicou que decidiu suspender os estudos clínicos no grupo de pessoas abaixo de 65 anos, sem comorbidades, por não ter constatado, em análise preliminar, diminuição significativa no tempo de sintomas e na internação desses pacientes. Em outras palavras, a medicação não obteve o efeito desejado.

Nacionalmente, a Anvisa autoriza o uso do antiviral apenas para pacientes que tenham risco de desenvolver formas graves da doença. Os testes poderiam ser uma forma de ampliar o uso da medicação, o que não deve ocorrer em breve.

Vale mencionar que este é também um possível desafio na testagem de novos remédios contra uma doença. Apesar de parecerem promissoras em laboratório, algumas fórmulas podem não resultar em melhoras no tratamento das pessoas. Neste caso da Pfizer, os benefícios são limitados para casos graves de covid-19.

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Fonte: Nature, Mayo Clinic, Conass Agência Brasil