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Passaporte digital: com app, novo teste promete revolucionar combate à COVID-19

Por| 01 de Setembro de 2020 às 16h39

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T_Watanabe/Pixabay
T_Watanabe/Pixabay

Com 25 milhões de casos do novo coronavírus (SARS-CoV-2) pelo mundo, a pandemia da COVID-19 continua a ser um desafio para governos e autoridades públicas, ainda mais quando o assunto é o rastreio de doentes. Agora, um novo exame norte-americano, extremamente barato, pode revolucionar esse controle, a partir da emissão de passaportes digitais para quem já se recuperou da doença.

Por apenas US$ 5 (quase R$ 27,00) e um tempo de espera de 15 minutos, um caso suspeito de infecção pelo coronavírus poderá confirmar se o vírus está, de fato, em seu organismo ou não. Pelo menos é essa a proposta do novo exame da farmacêutica Abbott, chamado de BinaxNOW, que teve sua autorização de uso emergencial autorizada pela Food and Drug Administration (FDA), nos Estados Unidos, na última quarta-feira (26).

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Além disso, o resultado do teste pode se conectar a um aplicativo. Por sua vez, esse app funcionaria como um cartão de embarque móvel seguro contra a COVID-19, podendo facilitar a entrada em organizações, instalações e aeroportos. De olho nesse diagnóstico rápido e nos passaportes digitais, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou um acordo para compra de 150 milhões desses testes para a COVID-19.

Como funciona o BinaxNOW?

O BinaxNOW é um teste rápido para a COVID-19 que detecta antígenos do coronavírus, ou seja, determinadas proteínas associadas a esse agente infeccioso, através de amostras do sistema respiratório de um caso suspeito ativo.

Mais especificamente, será feito um esfregaço da cavidade nasal do paciente que testará a infecção, de forma quase imediata, e com reagentes químicos comuns. Para isso, o exame pode ser feito nos primeiros sete dias do início dos sintomas e, por enquanto, focará em profissionais da saúde.

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"A escala massiva deste teste e aplicativo permitirá que dezenas de milhões de pessoas tenham acesso a testes rápidos e confiáveis", afirma Joseph Petrosino, Ph.D., professor e presidente do Conselho de Virologia Molecular e Microbiologia, Baylor College of Medicine.

"Com os testes laboratoriais, você obtém uma sensibilidade excelente, mas pode ter que esperar dias para obter os resultados. Com um teste rápido de antígeno, você obtém um resultado imediatamente, tirando as pessoas infectadas das ruas e colocando-as em quarentena para que não o façam para espalhar o vírus", completa Petrosino sobre a importância desse novo exame.

Passaporte digital

Para complementar as funções desse teste rápido, a farmacêutica também desenvolveu um aplicativo para smartphones (iPhone e Android), chamado de NAVICA, que permite um novo passo além do diagnóstico. De forma inédita, esse app permitirá que pessoas com teste negativo carreguem uma espécie de passe digital temporário, que é renovado cada vez que o paciente é testado, com a data de quando o resultado foi emitido.

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Além disso, esses resultados são criptografados e estão disponíveis apenas para o usuário e para aqueles com quem se deseja compartilhar. Como poderia ser com uma companhia aérea antes do embarque ou na entrada de um outro país, durante viagens internacionais. Caso seja, realmente, estruturado dessa forma e aceito por diferentes países e organizações, esse vale pode revolucionar a forma como a COVID-19 é enfrentada.

"Projetamos intencionalmente o teste BinaxNOW e o aplicativo NAVICA para que pudéssemos oferecer uma solução de teste abrangente para ajudar os americanos a se sentirem mais confiantes em sua saúde e vida", comenta Robert B. Ford, presidente e CEO da Abbott. "BinaxNOW e o aplicativo NAVICA nos oferecem um teste acessível, fácil de usar e escalonável, e uma ferramenta de saúde digital complementar para nos ajudar a ter um pouco mais de normalidade em nossas vidas diárias", pontua Ford.

“Enquanto o BinaxNOW é o hardware que torna possível saber o seu status da COVID-19, o aplicativo NAVICA é a rede digital que permite que as pessoas compartilhem essas informações com aqueles que precisam saber”, ilustra Ford sobre as possibilidades que são inauguradas. "Estamos pegando nosso know-how de nossos dispositivos médicos conectados digitalmente e aplicando-o aos nossos diagnósticos em um momento em que as pessoas esperam que suas informações de saúde sejam digitais e prontamente acessíveis", pontua o CEO.

Detalhes do app  

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Caso o resultado do teste for negativo, o app exibirá um passe digital de saúde com um código QR, semelhante a um cartão de embarque de uma companhia aérea. Agora, se o resultado for positivo, o usuário deve receber uma mensagem indicando a necessidade de quarentena e orientações para se procurar um médico.

Segundo a farmacêutica, esse app foi projetado para oferecer suporte a um grande número de usuários e permitir o acesso de qualquer lugar, não correndo riscos de sair fora do ar, por exemplo. Vale ressaltar que o aplicativo não funcionará para rastreamento de contatos, mesmo que colete dados como o nome e o sobrenome, endereço de e-mail, número de telefone, endereço e data de nascimento.

Imunidade duradoura?

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Entretanto, a implementação desse passaporte para pacientes que já se recuperaram da COVID-19 precisa enfrentar um desafio biológico: o risco de reinfecção pelo coronavírus. Infelizmente, casos como esse já começam a ser relatados por inúmeras autoridades de saúde ao redor do mundo, inclusive nos EUA, só que em números bastante reduzidos quando comparados ao número de pacientes já contaminados.

No Brasil, o Hospital das Clínicas de São Paulo, ligado à USP, investiga sete casos de pacientes suspeitos de terem se reinfectado, o que levou o centro médico, inclusive, a separar um ambulatório exclusivo para esses casos. Nesse sentido, pesquisadores apontam que mesmo que haja esse risco, a situação não deve ser regra na pandemia da COVID-19.

Fonte: CTV News e Abbott (1) e (2)