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Pacientes idosos com COVID-19 relatam névoa cerebral a longo prazo; entenda

Por| 20 de Outubro de 2020 às 16h45

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JD Mason / Unsplash
JD Mason / Unsplash

Desde que passou a assolar a população do mundo inteiro, a COVID-19 tem despertado vários mistérios para a área da medicina, e um deles diz respeito ao cérebro. Aqui no Canaltech, já abordamos as consequências psicológicas da pandemia por meio de um especial de duas partes (você pode conferir a primeira parte aqui e a segunda parte aqui). Dessa vez, pacientes idosos com COVID-19 têm relatado um sintoma que ganhou a atribuição de névoa cerebral, que se resume em dificuldade em reunir pensamentos, problemas de concentração, incapacidade de lembrar o que aconteceu pouco tempo antes.

Essa disfunção cognitiva súbita é uma preocupação recorrente para idosos que sobreviveram a uma infecção mais grave de COVID-19. Segundo Dr. Zijian Chen, diretor médico do Center for Post-Covid Care do Mount Sinai Health System na cidade de Nova York, via CNN, "muitos pacientes mais velhos estão tendo problemas para se organizar e planejar o que precisam fazer para passar o dia, e estão relatando que se tornaram cada vez mais esquecidos".

Outros desafios envolvem superar os danos musculares e nervosos, melhorar a respiração, adaptar-se a novas deficiências, recuperar a força e a resistência e lidar com o tributo emocional de doenças inesperadas. Segundo o especialista, a maioria dos idosos sobrevive ao COVID-19 e enfrentará essas preocupações em graus variados.

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Mesmo entre a faixa etária de maior risco (pessoas com 85 anos ou mais) apenas 28% daqueles com casos confirmados acabam morrendo, de acordo com dados do Centro de Controle e Prevenção de Doenças (uma agência do Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos Estados Unidos).

Os adultos mais jovens que sobreviveram a um curso sério de COVID-19 têm problemas semelhantes, mas os mais velhos tendem a ter sintomas mais graves e mais limitações. Segundo Dr. E. Wesley Ely, codiretor do Centro de Doenças Críticas, Disfunção Cerebral e Sobrevivência do Centro Médico da Universidade de Vanderbilt, a recuperação acontece ao longo de meses e anos, não dias ou semanas. Muito provavelmente, um ano depois de lutar contra a doença, pelo menos metade dos pacientes mais idosos gravemente enfermos não estará totalmente recuperada.

Os especialistas ressaltam que os efeitos colaterais podem complicar a recuperação de COVID-19. Idosos hospitalizados por doenças graves são suscetíveis à condição frequentemente desconhecida quando ficam imobilizados por um longo tempo, isolados da família e amigos e recebem sedativos para aliviar a agitação ou narcóticos para a dor, entre outros fatores contribuintes. Pode se manifestar como confusão e agitação agudas ou como indiferença e letargia atípicas.

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COVID-19 x cérebro

Em meados de setembro, um estudo da Universidade de Yale, dos EUA, forneceu a primeira evidência clara de que, em algumas pessoas, o coronavírus pode invadir as células cerebrais, sugando todo o oxigênio próximo e matando as células vizinhas. O coronavírus parece diminuir rapidamente o número de sinapses, as conexões entre os neurônios.

Enquanto isso, neste mês de outubro, um estudo do Northwestern Memorial Hospital, de Chicago (EUA), aponta um dado inédito: 80% dos pacientes tiveram sintomas neurológicos. Segundo essa pesquisa, sintomas neurológicos ocorrem em 8 de 10 pacientes com COVID-19 hospitalizados. Esses sintomas incluem dores musculares, dores de cabeça, tontura e encefalopatia, caracterizada por função mental alterada variando de confusão leve ao coma, sendo esta a manifestação neurológica mais grave de COVID-19.

Fonte: CNN