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80% dos pacientes com COVID-19 têm sintomas neurológicos, segundo estudo

Por| 17 de Outubro de 2020 às 13h00

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 Anna Shvets / Pexels
Anna Shvets / Pexels

Já não é segredo que a doença que tem preocupado toda a população mundial, a COVID-19, tem relações com efeitos neurológicos. No entanto, um novo estudo do Northwestern Memorial Hospital, de Chicago (EUA), aponta um dado inédito: 80% dos pacientes tiveram sintomas neurológicos.

Segundo essa pesquisa, sintomas neurológicos ocorrem em 8 de 10 pacientes com COVID-19 hospitalizados. Esses sintomas incluem dores musculares, dores de cabeça, tontura e encefalopatia, caracterizada por função mental alterada variando de confusão leve ao coma, sendo esta a manifestação neurológica mais grave de COVID-19.

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Para chegar a essa conclusão, os pesquisadores analisaram os prontuários de mais de 500 pacientes hospitalizados por COVID-19 no sistema de saúde do Northwestern. Os pesquisadores identificaram sintomas neurológicos em 42% dos pacientes quando seus sintomas de COVID-19 surgiram, 63% dos pacientes quando hospitalizados e 82% dos pacientes em qualquer momento durante a COVID-19.

Muitos pacientes relataram dores musculares (45%) e dores de cabeça (38%). Encefalopatia e tontura foram observadas em quase um terço dos pacientes. O estudo também descobriu que 16% tinham distúrbios do paladar e 11% tinham distúrbios do olfato. Após a alta hospitalar, apenas 32% dos pacientes com encefalopatia foram capazes de cuidar de seus próprios assuntos, em comparação com 89% daqueles que não desenvolveram encefalopatia, mostraram os resultados.

Além disso, a taxa de mortalidade em pacientes com encefalopatia foi muito maior (cerca de 22%) do que naqueles sem encefalopatia (3%), de acordo com o estudo. Agora, os responsáveis por essa pesquisa almejam caracterizar os efeitos neurológicos de longo prazo da COVID-19 e os resultados cognitivos em pacientes com encefalopatia associada à COVID-19. Eles estão estudando isso em pacientes que recebem alta do hospital, bem como em pessoas com COVID-19 que nunca foram hospitalizadas, mas que também sofrem de uma gama semelhante de problemas neurológicos. Na prática, essas descobertas ajudarão a moldar o cuidado de longo prazo para pessoas que sofrem de complicações neurológicas da COVID-19.

No entanto, esse não é nem de longe o primeiro estudo relacionando a doença que tem proporcionado essa pandemia com sistemas neurológicos: em setembro, por exemplo, um estudo da Universidade de Yale, dos EUA, forneceu a primeira evidência clara de que, em algumas pessoas, o coronavírus pode invadir as células cerebrais, sugando todo o oxigênio próximo e matando as células vizinhas.

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Já em julho, uma equipe de pesquisadores do Instituto de Neurologia da University College London (UCL) publicou uma nova pesquisa, na qual alertam a respeito de distúrbios cerebrais graves desencadeados pelo coronavírus, capazes de afetar até mesmo aqueles que mostram apenas sintomas leves. Em alguns casos, segundo os cientistas, esses problemas neurológicos podem ser até mesmo fatais.

Fonte: WebMD