Publicidade

OMS pede que países não ignorem riscos da covid-19

Por  • Editado por  Luciana Zaramela  | 

Compartilhe:
twenty20photos/envato
twenty20photos/envato

Na quarta-feira (27), a Organização Mundial da Saúde (OMS) alertou para o fato de que muitos países já não estão mais se preocupando com os riscos da covid-19 — doença que ainda pode ser grave, especialmente quando se observa o baixo nível de adesão às doses de reforço das vacinas no globo. A infecção também pode provocar a covid longa.

"A covid-19 pode já não ser a crise aguda que era há dois anos, mas isso não significa que possamos ignorá-la”, afirma Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral da OMS, durante coletiva de imprensa.

Casos de covid-19 aumentam no mundo

Canaltech
O Canaltech está no WhatsApp!Entre no canal e acompanhe notícias e dicas de tecnologia
Continua após a publicidade

Atualmente, muitos países não estão mais notificando a OMS sobre as atualizações de casos da covid-19. No último relatório, divulgado no começo deste mês, apenas 92 das 234 nações (39%) compartilharam o número de novos casos relacionados com a doença. Isso faz com que os dados globais se tornem limitados.

“Entre os relativamente poucos países que reportam [novos casos], tanto as hospitalizações como as admissões na UTI aumentaram nos últimos 28 dias, particularmente nas Américas e na Europa”, afirma o diretor-geral da OMS.

Em paralelo, o Hemisfério Norte começa a se preparar para a chegada do inverno, estação na qual as infecções respiratórias tradicionalmente se proliferam. Nesse cenário, “as tendências para a covid-19 são preocupantes”, segundo Tedros.

OMS alerta para a baixa vacinação

Outro ponto de alerta para a OMS sobre como os países encaram a covid-19 é o descuido em relação à vacinação. "Os níveis de vacinação entre os grupos de maior risco permanecem preocupantemente baixos”, pontua o diretor-geral.

Em números, dois terços da população mundial foram imunizados com a vacinação primária contra a covid-19 (duas doses). No entanto, apenas um terço recebeu uma dose adicional — também conhecida como dose de reforço. Então, é preciso ampliar a cobertura vacinal.

Falta de investimentos na vigilância genômica

Continua após a publicidade

Durante o período mais agudo da pandemia da covid-19 — é preciso lembrar que no Brasil foram mais de 700 mil mortos em decorrência da infecção —, os países investiram na construção de sistemas para responder a essa emergência na área da saúde pública, mas essas estruturas, agora, são escanteadas.

"Incentivamos os países a sustentarem esses sistemas para garantir que as pessoas possam ser protegidas, testadas e tratadas contra a covid-19, mas também contra outras ameaças infecciosas”, acrescenta Tedros.

Estes esforços são necessários, especialmente o de vigilância genômica, quando se observa que o vírus da covid-19 segue evoluindo. Como qualquer agente infeccioso, ele pode apresentar mutações que escapem da imunidade gerada pelas vacinas e pelas infecções anteriores, voltando a causar formas graves da doença.

Continua após a publicidade

Buscando antever qualquer sinal de risco, é preciso manter as análises genômicas. Hoje, a cepa Éris (EG.5) é classificada como dominante, mas outras variantes descendentes da Ômicron estão em expansão, como a Pirola (BA.2.86).

Fonte: OMS