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Covid longa: ressonância revela quais órgãos são mais afetados

Por| Editado por Luciana Zaramela | 27 de Setembro de 2023 às 18h46

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  Abdelrahman_El-masry/Envato
Abdelrahman_El-masry/Envato

A eliminação do coronavírus SARS-CoV-2 do organismo representa a cura da doença para a maioria dos indivíduos. No entanto, alguns pacientes continuam a apresentar sintomas relacionados à covid-19 por meses, como dor no peito, cansaço e dificuldade para respirar, o que é classificado como covid longa. Eis que, pela primeira vez, cientistas britânicos analisam os impactos dessas sequelas nos órgãos, através de exames de ressonância magnética.

Com apoio do National Institute for Health and Care Research (NIHR), a recente pesquisa analisou as condições médicas de pacientes hospitalizados em decorrência da covid-19. Passados cinco meses da internação, esses 259 voluntários realizaram exames de ressonância, doaram amostras de sangue e responderam questionários. Em seguida, as suas possíveis alterações foram comparadas com a de 52 pessoas que não contraíram a infecção.

Quais órgãos são mais afetados pela covid longa?

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Na revista científica The Lancet Respiratory Medicine, os cientistas compartilharam algumas descobertas, no mínimo, interessantes sobre as sequelas da covid-19. Por exemplo, em um terço dos pacientes internados pela covid-19, era possível identificar danos e anomalias em mais de um órgão do corpo após cinco meses.

Na pequena amostra, os cientistas também conseguiram identificar quais são os três órgãos mais afetados pela covid longa:

  • Pulmão — os pacientes internados tinham um risco 14 vezes maior de apresentar anormalidades nesse órgão do que o grupo controle;
  • Cérebro — o risco de alterações era três vezes maior;
  • Rins — o risco foi duas vezes maior.
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Na contramão desses achados, o coração e o fígado foram relacionados a um baixo risco de danos duradouros após a infecção pela covid-19 e a internação hospitalar. O porquê disso ainda precisa ser melhor investigado em estudos posteriores.

Quem corre mais risco de ter covid longa?

“A idade do indivíduo, a gravidade da infecção aguda por covid-19 e as comorbidades [prévias] foram fatores significativos para determinar quem teve lesão nos órgãos durante o [período de] acompanhamento”, afirma Betty Raman, da Universidade de Oxford, em nota.

"Nossas descobertas também destacam a necessidade de serviços de acompanhamento multidisciplinar, de longo prazo, focados na saúde pulmonar e extrapulmonar (rins, cérebro e saúde mental), especialmente para aqueles hospitalizados em decorrência da covid-19”, completa Raman.

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Efeito da vacina na covid longa

Entre as limitações do estudo, está o fato dos pacientes terem contraído a covid-19 entre os anos de 2020 a 2021. Nesse período, a maioria das pessoas não tinha recebido sequer a primeira dose da vacina, o que limita a abrangência dos achados para os indivíduos imunizados e com as doses de reforço em dia. Outros estudos já demonstraram que a imunização é um importante fator de proteção contra a covid longa.

Fonte: The Lancet Respiratory Medicine e NIHR