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Novo remédio que impede dengue grave é desenvolvido pela UFMG

Por| Editado por Luciana Zaramela | 05 de Março de 2024 às 17h14

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James Gathany/CDC
James Gathany/CDC

Diante da explosão de casos de dengue em todo o país, uma possível solução é desenvolvida por pesquisadores do Instituto de Ciências Biológicas da Universidade Federal de Minas Gerais (ICB - UFMG). Estes cientistas testam um potencial medicamento para dengue grave em animais, focando na proteína Anexina A1.

Em pacientes infectados por um dos quatro sorotipos da dengue, os níveis baixos da proteína Anexina A1 indicam que a doença pode evoluir para a forma grave, antigamente conhecida como dengue hemorrágica

Além disso, a “reposição” dessa proteína parece ajudar o corpo a enfrentar a doença transmitida pelo mosquito Aedes aegypti, reduzindo a gravidade dos sintomas. Os estudos estão em fase pré-clínica, ou seja, envolvem apenas testes com animais.

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Remédio contra dengue da UFMG

As pesquisas que podem resultar num promissor remédio contra a dengue começaram em 2015, mas as primeiras evidências só foram publicadas na revista científica eLife em 2022. Ainda falta muito para investigar, mas o remédio é uma aposta promissora.

Hoje, não existem antivirais e remédios específicos para combater a dengue. Para tratar os pacientes, os médicos recomendam a ingestão de água (hidratação), repouso e medicamentos que aliviam os sintomas, como analgésicos. 

No entanto, a pesquisa brasileira pode mudar este paradigma, algo fundamental em um momento em que faltam vacinas contra a dengue para toda a população. Para os próximos anos, esses achados podem impedir que novas epidemias ocorram no país, como a enfrentada em Minas Gerais, em São Paulo e em outros estados.

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Função da proteína Anexina A1

"Os níveis da Anexina A1 foram examinados no plasma de pacientes com dengue e camundongos infectados [pela dengue]”, afirmam os autores do estudo, em artigo.

Quando a proteína Anexina A1 está em níveis normais no organismo, ela funciona de modo a frear o avanço da infecção. Inclusive, ativa os mastócitos, ou seja, as células do sistema imune que regulam a resposta imunológica. 

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Nos modelos animais, "o tratamento com o péptido agonístico Anexina A1 atenuou as manifestações da doença, reduzindo os sintomas”, acrescentam. De forma simples, os roedores medicados tiveram uma forma mais leve, fugindo da dengue grave.

Desafios da pesquisa

Para avançar nas pesquisas, os cientistas estudam como encapsular a proteína para aumentar a durabilidade no organismo. Outro ponto é a identificação da melhor forma de administração — na forma de comprimidos ou de forma intravenosa. 

A equipe também busca parceiros da indústria farmacêutica para a produção em larga escala do potencial remédio e procura financiamento para tornar viável os testes clínicos com humanos.

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Fonte: eLife e UFMG