Nosso cérebro prefere sons que venham da esquerda e ninguém sabe por quê
Por Nathan Vieira • Editado por Luciana Zaramela | •
Existem várias curiosidades sobre o cérebro, o órgão mais misterioso do corpo humano. Você sabia, por exemplo, que neurônios específicos acendem no seu cérebro quando você ouve alguém cantar e que o cérebro faz cálculos para controlar movimentos rápidos? Na última sexta (19), cientistas publicaram na Frontiers in Neuroscience a mais nova descoberta: o ser humano prefere sons que venham da esquerda.
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O estudo contou com dados de 13 adultos, e os pesquisadores partem da premissa de que os sons considerados positivos pelos seres humanos, como o riso, desencadeiam uma atividade neural mais forte no sistema auditivo do cérebro quando são ouvidos do lado esquerdo.
A teoria dos especialistas é que o córtex auditivo humano é especialmente sintonizado para a direção dos sons satisfatórios. Ainda não está claro exatamente por que existe essa preferência, algo que deve ficar mais claro em pesquisas futuras.
Nesse estudo atual, quando os participantes ouviram áudios em três direções diferentes (esquerda, centro ou direita), ambos os lados do córtex auditivo foram ativados. Gravações ouvidas apenas no lado esquerdo, no entanto, provocaram uma resposta neurológica muito mais forte.
A comunidade científica tem conhecimento de que algumas funções cerebrais residem mais no lado esquerdo do que no direito, e vice-versa, mas, neste caso específico, isso não parece explicar os resultados.
Vale, ainda, mencionar que, enquanto o hemisfério direito do córtex auditivo mostrou uma resposta mais forte a vozes humanas felizes em uma região chamada L3, ambos os lados do cérebro foram ativados pelos sons em experimentos.
Os responsáveis pelo estudo sobre o cérebro também confessam que não sabem quando a preferência do córtex auditivo primário por vocalizações humanas positivas da esquerda aparece durante o desenvolvimento humano e se essa é uma característica exclusivamente humana, algo que também deve render futuras análises.