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Microbioma intestinal está ligado à aptidão física e idade biológica

Por  • Editado por Luciana Zaramela | 

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Julost/Envato
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Ao investigar a aptidão física e idade biológica de esportistas, cientistas estão descobrindo ligações entre o microbioma intestinal e a saúde, como o envelhecimento, neste caso não ligado à idade cronológica, mas sim do corpo como um todo. Foram analisados 80 remadores amadores entre 38 e 84 anos, participantes de uma competição de remo na Hungria, em 2019. Os responsáveis foram cientistas da Universidade Húngara de Ciência Esportiva.

Os indivíduos analisados treinavam em intensidades diferentes — alguns todos os dias, outros apenas uma vez por semana. Amostras de fezes foram coletadas de todos eles, além de amostras de sangue, nas quais foram feitas análises de marcadores de DNA que podem indicar idade biológica. Essa idade não é ligada ao número de anos das pessoas estudadas.

Quanto mais diverso o microbioma, pior?

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Segundo os cientistas, ter mais diversidade no microbioma intestinal mostrou estar ligado a níveis mais baixos de aptidão física e a um envelhecimento biológico mais rápido. Isso, curiosamente, vai contra pesquisas anteriores, que ligavam uma menor diversidade microbial a problemas de saúde como a obesidade e a diabetes tipo 2.

Ainda de acordo com os pesquisadores, se todas as bactérias fossem benéficas, então seria seguro dizer que uma diversidade maior seria melhor à saúde. O problema é que, com diferentes tipos de infecção, a diversidade dos patógenos também aumenta. Há muitas bactérias das quais a ciência sabe muito pouco, não sabendo afirmar se nos fazem bem ou não.

Ao analisar as bactérias específicas que formavam o microbioma dos remadores, notou-se que níveis mais altos de bactérias anti-inflamatórias estavam ligados a mais marcadores de aptidão física e um envelhecimento biológico mais lento — e, como esperado, bactérias inflamatórias estavam ligadas a um envelhecimento rápido e, em alguns casos, um desempenho pior em testes de aptidão física.

A questão é que o estudo foi apenas observacional, sem um elemento que ligue, diretamente, o microbioma às questões físicas e de idade biológica. Pessoas com maior aptidão física, por exemplo, podem estar escolhendo uma dieta mais saudável, o que influencia positivamente no microbioma, mudando a lógica.

Os mesmos pesquisadores terminaram, recentemente, um estudo de 6 meses no qual se verificou a mudança dos microbiomas do intestino com uso de probióticos e seu impacto na idade biológica, mas os resultados ainda não foram analisados e publicados.

Os cientistas também compararam o sexo dos participantes. Deles, 35 eram homens e 45 mulheres, todos cisgênero, e níveis mais altos de Actinobacteria e Proteobacteria foram ligados a uma aceleração da idade biológica nos homens. Nas mulheres, a associação era mais forte com as Bacteroidetes. Estudos futuros poderão revelar mais sobre essa relação e como o uso de probióticos poderia ajudar a mudar os níveis bacterianos e atrasar o envelhecimento biológico, de acordo com os pesquisadores.

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Fonte: medRxiv