JN.1 é a variante da covid-19 mais comum no mundo
Por Fidel Forato • Editado por Luciana Zaramela | •
A variante JN.1 da covid-19 é a cepa mais comum em todo o mundo, segundo dados do Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), nos Estados Unidos, divulgados nesta semana. Isso significa que a maioria das novas infecções está relacionada com essa variante, que conseguiu se sobressair às outras no cenário epidemiológico global.
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Por ter alta capacidade de transmissão, possivelmente escapar das defesas do sistema imunológico humano e se propagar em diferentes países, a Organização Mundial da Saúde (OMS) classifica a JN.1 como uma Variante de Interesse (VOI). O primeiro registro da cepa é de agosto do ano passado e, desde então, ela vem se propagando e ganhando espaço até se tornar dominante.
Alta da covid nos EUA
No momento, os EUA enfrentam alta de casos tanto da gripe quanto da covid-19, o que está associado com as baixas temperaturas do inverno.
No caso dos coronavírus, “estima-se que JN.1 represente aproximadamente 83% a 88% de todas as variantes do SARS-CoV-2 em circulação”, afirma o relatório do CDC. Há duas semanas, a porcentagem era calculada entre 55% a 68%, o que demonstra o seu avanço.
“A JN.1 continua a ser a variante do SARS-CoV-2 de maior circulação nos Estados Unidos e no mundo”, reforça o documento. Apesar disso, “não há evidências de que [a cepa] cause doenças mais graves”, informa. Inclusive, o uso das doses de reforço da vacina ajuda na prevenção contra formas graves da doença, o que também protege contra a covid longa.
JN.1 no Brasil
Segundo dados da Rede Genômica Fiocruz, a variante JN.1 também é considerada a mais comum no país, desde o mês de dezembro. No entanto, a contagem é feita em conjunto com a BA.2.86 — isso porque a JN.1 evoluiu a partir da BA.2.86, sendo que as duas descendem da Ômicron.
Os dados referentes ao mês de janeiro sobre a circulação das variantes ainda são preliminares, mas a cepa JN.1 já é apontada como predominante no Brasil, representando mais de 37% dos casos sequenciados geneticamente.
E a JN 2.5?
Nesta semana, a Secretaria de Saúde de Mato Grosso anunciou a identificação dos quatro primeiros casos da covid-19 provocados por uma nova variante apelidada de JN 2.5, que seria próxima geneticamente da JN.1. Os pacientes precisaram ser internados, mas ainda não se sabe detalhes sobre o comportamento dessa nova variante. Nenhum outro estado confirmou infecções pela nova cepa até o momento.
Avaliação de risco da OMS
“Considerando as evidências disponíveis, embora limitadas, o risco adicional para a saúde pública representado pelo JN.1 é atualmente avaliado como baixo a nível global”, afirma a OMS, em avaliação sobre as VOIs em circulação.
Conforme apontam os dados do CDC, os sintomas provocados pela infecção da JN.1 são semelhantes aos relatados em consequência de outras cepas, como:
- Congestão nasal e/ou coriza;
- Diarreia;
- Dores musculares ou no corpo;
- Dor de cabeça (cefaleia);
- Dor de garganta;
- Falta de ar ou dificuldade em respirar;
- Fadiga;
- Febre;
- Náusea e/ou vômitos;
- Perda de paladar ou olfato;
- Tosse.
Vale destacar que existem relatos de indivíduos que apresentam problemas relacionados à saúde mental, como ansiedade, e dificuldade para dormir, mas ainda não se sabe o quanto isso está realmente relacionado com coronavírus.
Fonte: CDC, OMS e Rede Genômica