Qual a verdadeira idade do seu cérebro? Novo estudo pode ajudar a descobrir
Por Nathan Vieira • Editado por Luciana Zaramela |

Em novo artigo publicado na revista Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS), pesquisadores apresentam uma inteligência artificial capaz de analisar imagens cerebrais de ressonância magnética e mensurar o nível de declínio cognitivo, ou seja: calcular a "verdadeira idade" do cérebro de uma pessoa. Isso pode ajudar a identificar possíveis riscos à saúde.
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O que acontece é que o envelhecimento cerebral pode indicar o risco de doenças neurodegenerativas, e através dessa nova técnica, os pesquisadores podem detectar marcadores sutis de anatomia cerebral que se correlacionam com o declínio cognitivo.
“As pessoas envelhecem em ritmos diferentes, assim como os tipos de tecidos do corpo. A mesma ideia se aplica ao cérebro. O cérebro de uma pessoa de quarenta anos pode parecer tão 'jovem' quanto o de uma pessoa de trinta anos, ou pode parecer tão 'velho' quanto o de uma pessoa de sessenta anos", explicam os responsáveis pelo artigo.
Para colocar em prática a nova tecnologia, os pesquisadores treinaram para produzir mapas anatômicos que revelam padrões específicos de envelhecimento, e então compararam as idades cerebrais (biológicas) com as idades reais (cronológicas) dos participantes do estudo.
Os resultados mostram que o modelo da equipe pode prever as verdadeiras idades (cronológicas), e os envolvidos na pesquisa afirmam que, quanto mais cedo pudermos identificar pessoas com alto risco de doença neurodegenerativas, como o Alzheimer, mais cedo os médicos poderão intervir com opções de tratamento.
"O que torna a IA especialmente poderosa é sua capacidade de captar características sutis e complexas do envelhecimento que outros métodos não conseguem e que são fundamentais para identificar o risco de uma pessoa muitos anos antes de ela desenvolver a doença”, concluem os autores.
Anteriormente, um estudo de Harvard tentou entender por que o cérebro de algumas pessoas envelhece menos. Os pesquisadores se concentraram em duas regiões do cérebro: o giro fusiforme (responsável pelo reconhecimento de rostos) e o giro para-hipocampal (relacionado com ao reconhecimento de cenários). O estudo investigou atividade cerebral funcional durante as fases de aprendizagem e recuperação de uma tarefa de memória de reconhecimento.
Fonte: Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS) via Neuroscience News