Qual a verdadeira idade do seu cérebro? Novo estudo pode ajudar a descobrir
Por Nathan Vieira | Editado por Luciana Zaramela | 11 de Janeiro de 2023 às 12h12
Em novo artigo publicado na revista Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS), pesquisadores apresentam uma inteligência artificial capaz de analisar imagens cerebrais de ressonância magnética e mensurar o nível de declínio cognitivo, ou seja: calcular a "verdadeira idade" do cérebro de uma pessoa. Isso pode ajudar a identificar possíveis riscos à saúde.
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O que acontece é que o envelhecimento cerebral pode indicar o risco de doenças neurodegenerativas, e através dessa nova técnica, os pesquisadores podem detectar marcadores sutis de anatomia cerebral que se correlacionam com o declínio cognitivo.
“As pessoas envelhecem em ritmos diferentes, assim como os tipos de tecidos do corpo. A mesma ideia se aplica ao cérebro. O cérebro de uma pessoa de quarenta anos pode parecer tão 'jovem' quanto o de uma pessoa de trinta anos, ou pode parecer tão 'velho' quanto o de uma pessoa de sessenta anos", explicam os responsáveis pelo artigo.
Para colocar em prática a nova tecnologia, os pesquisadores treinaram para produzir mapas anatômicos que revelam padrões específicos de envelhecimento, e então compararam as idades cerebrais (biológicas) com as idades reais (cronológicas) dos participantes do estudo.
Os resultados mostram que o modelo da equipe pode prever as verdadeiras idades (cronológicas), e os envolvidos na pesquisa afirmam que, quanto mais cedo pudermos identificar pessoas com alto risco de doença neurodegenerativas, como o Alzheimer, mais cedo os médicos poderão intervir com opções de tratamento.
"O que torna a IA especialmente poderosa é sua capacidade de captar características sutis e complexas do envelhecimento que outros métodos não conseguem e que são fundamentais para identificar o risco de uma pessoa muitos anos antes de ela desenvolver a doença”, concluem os autores.
Anteriormente, um estudo de Harvard tentou entender por que o cérebro de algumas pessoas envelhece menos. Os pesquisadores se concentraram em duas regiões do cérebro: o giro fusiforme (responsável pelo reconhecimento de rostos) e o giro para-hipocampal (relacionado com ao reconhecimento de cenários). O estudo investigou atividade cerebral funcional durante as fases de aprendizagem e recuperação de uma tarefa de memória de reconhecimento.
Fonte: Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS) via Neuroscience News