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Fazer unhas de gel em cabines UV pode causar câncer, alertam médicos

Por  • Editado por Luciana Zaramela | 

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Freepik/Domínio Público
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Na última quarta-feira (3), a Academia Nacional de Medicina da França emitiu um comunicado onde explicita os riscos postos pelas lâmpadas de raios ultravioleta (UV) usadas na secagem de esmalte semipermanente (as famigeradas unhas em gel) em salões de manicure, técnica de tratamento estético utilizada há décadas. Segundo o alerta, o aparelho pode provocar câncer de pele, especialmente em pessoas de pele mais branca.

O procedimento, além da luz UV, utiliza um tipo de esmalte semipermanente nas unhas, durando de 2 a 3 semanas sem lascar. Para isso, é necessário emitir luz ultravioleta a pelo menos 48 watts e usar um diodo emissor de luz (LED) na secagem e alongamento das unhas.

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O que torna a luz UV perigosa?

O problema dessas cabines é que as lâmpadas usadas emitem raios UV tipo A, ou UVA, com penetração profunda na pele, famosos por promover não só o envelhecimento, mas também aumentar as chances do surgimento de um câncer de pele. Comparativamente, há os raios UV do tipo B, ou UVB, que promovem a produção de vitamina D ao entrar em contato com a pele, sendo mais saudáveis — isto quando exposta por até 15 minutos.

Para dar suporte ao aviso, a instituição citou um estudo publicado no ano passado no periódico científico Clinics in Dermatology, onde foram compilados casos da doença associados ao uso de esmalte em gel em outros anos, além de outros artigos que tratam do assunto. Ainda assim, a Academia afirma serem necessários estudos epidemiológicos de larga escala para avaliar melhor os riscos do uso da tecnologia.

Os fatores ligados ao perigo gerado pela exposição à cabine de secagem UV são a idade de início dos procedimentos pelos consumidores— começando em média aos 20 anos —, a frequência de uso — 5 a 6 vezes por ano — e a exposição por diversos anos seguidos. O efeito cumulativo da exposição aos raios UVA acaba gerando riscos significativos de desenvolver câncer de pele, especialmente quando o paciente tem pele clara ou algum quadro de imunossupressão.

Para evitar riscos, a Academia recomenda o uso de protetor solar nas mãos pelo menos 20 minutos antes da exposição às lâmpadas UV/LED. Além da dica, também foi anunciado o desenvolvimento de campanhas de conscientização e prevenção para o público e os profissionais da área, que devem estar cientes do risco da aplicação contínua de esmaltes em gel ou semi-permanentes, especialmente em pessoas de pele clara, segundo palavras da própria instituição.

Fonte: Academia Nacional de Medicina da França