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Vacinas de mRNA poderão prevenir câncer de pele no futuro

Por| Editado por Luciana Zaramela | 17 de Janeiro de 2022 às 10h53

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 erika8213/envato
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Vacinas de mRNA (RNA mensageiro) são desenvolvidas para a prevenção e para o tratamento do câncer de pele e, no futuro, poderão ser uma barreira contra a doença. Anualmente, o Instituto Nacional de Câncer (INCA) estima que 8,4 mil novos casos de câncer de pele tipo melanoma são diagnosticados no Brasil.

No campo da pesquisa, a empresa de biotecnologia alemã BioNTech — a parceira da Pfizer na vacina de mRNA contra covid-19 — testa em humanos uma fórmula para o tratamento do câncer de pele. A iniciativa está na Fase 2 dos estudos clínicos.

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Além disso, uma equipe de cientistas da Oregon State University (OSU), nos Estados Unidos, estuda um imunizante para a prevenção do câncer de pele e que poderia, em tese, ser aplicado todos os anos para prevenir a doença. Os testes clínicos ainda não foram iniciados.

BioNTech contra o câncer de pele

Apelidada de BNT111, a potencial vacina de mRNA da BioNTech integra a plataforma de tratamentos da empresa que se concentra em tipos específicos de câncer, conhecidos por apresentarem os mesmos antígenos em um grande número de pacientes. Nesses casos, a fórmula não precisa ser individualizada para cada tipo de tumor.

O imunizante BNT111 foca em quatro antígenos de melanoma específicos. Segundo a BioNTech, pelo menos um desses quatro antígenos pode ser encontrado em mais de 90% dos tumores de pacientes com câncer de pele.

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Nos estudos de Fase 1, a equipe descobriu que a fórmula é segura e alguns sinais promissores da eficácia foram observados. Agora, 180 voluntários participam da Fase 2, onde a fórmula é administrada em combinação com um anticorpo monoclonal experimental, o Libtayo.

Vale explicar que esta vacina não foi projetada para prevenir o câncer de pele, mas espera-se que ela funcione como um tratamento de imunoterapia em pacientes já diagnosticados com a doença.

mRNA na prevenção

Diferente da BioNTech, os pesquisadores da Oregon State University trabalham em uma possível vacina de mRNA profilática para o câncer de pele, ou seja, que consiga prevenir casos da doença entre os imunizados. “Pessoas com risco aumentado de câncer de pele, como aquelas que trabalham ao ar livre em climas ensolarados, poderiam ser vacinadas uma vez por ano", aposta o cientista Arup Indra.

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Para isso, a pesquisa norte-americana se concentra em uma enzima chamada TR1. Esta molécula tem papel antioxidante nas células da pele, protegendo-as do estresse oxidativo e dos danos ao DNA, causados ​​pela radiação ultravioleta. Em estudos pré-clínicos, a TR1 pode prevenir danos causados ​​​​pelos raios UV nas células da pele que poderiam desencadear o câncer.

“Tudo precisa ser testado e validado em modelos pré-clínicos”, adianta Indra sobre as etapas necessárias para chegar ao imunizante final. “Precisamos gerar uma vacina de mRNA, entregá-la local ou sistematicamente e depois monitorar como ela aumenta as defesas do corpo. Claramente, estamos na ponta do iceberg, mas as possibilidades são empolgantes para prevenir diferentes tipos de progressão de doenças, incluindo câncer, modulando o sistema antioxidante do corpo”, completa.

Fonte: BioNTech, New Atlas e Journal of Investigative Dermatology