Estado de São Paulo identifica dois casos de febre oropouche
Por Fidel Forato |

O Estado de São Paulo confirmou, na quinta-feira (1), dois casos de febre oropouche, doença que pode ser transmitida pelo pequeno mosquito-pólvora (maruim). Os casos ocorreram no interior, na cidade de Cajati, com menos de 30 mil habitantes, e foram confirmados por exame molecular.
No Brasil, a maioria dos casos da febre oropouche está concentrada na região da Amazônia, mas, nas últimas temporadas, o vírus tem se espalhado para outros estados. Com os dois casos de São Paulo, já é possível observar a circulação local (em um ponto até então incomum).
Isso porque os casos da região do Vale do Ribeira, em São Paulo, foram classificados como autóctones. Esta é uma forma de dizer que os indivíduos foram infectados na própria cidade, já que não têm histórico de viagem recente.
Febre oropouche em São Paulo
Segundo a Secretaria de Estado da Saúde de SP, os pacientes procuraram atendimento médico com sintomas semelhantes aos da dengue (dor de cabeça, dores musculares e febre, por exemplo).
As duas pessoas são residentes da área rural na cidade de Cajati e moram próximas a uma plantação de banana. Conforme apontam as autoridades de saúde, ambas se recuperaram bem da febre oropouche. Mortes pela doença só foram identificadas na Bahia até o momento.
O diagnóstico de Febre do Oropouche ocorreu após resultado do exame molecular RT-PCR. Assim, foi possível descartar outras doenças, como zika, dengue, chikungunya e febre amarela.
Como é o exame da febre do oropouche?
Para confirmar uma infecção pelo vírus da febre do oropouche, existem algumas estratégias, como o exame de RT-PCR. Nos dois casos de SP, a testagem molecular foi realizada pelo Instituto Adolfo Lutz (IAL).
A análise começa pela coleta de sangue dos pacientes e, posteriormente, é feita a separação do soro (a porção líquida e amarelada). No laboratório, os técnicos utilizam um reagente para “quebrar” as membranas celulares e liberar o conteúdo genético contido. A ideia é que, caso haja uma infecção pelo vírus da febre oropouche, o material genético do patógeno (RNA) será encontrado.
Em seguida, toda a “mistura” é purificada, com o objetivo de isolar o possível RNA viral da amostra. Quando é encontrado, o RNA é convertido em DNA complementar (cDNA) a partir de uma enzima conhecida como transcriptase reversa. Esta etapa é fundamental já que o exame do tipo PCR só analisa DNAs.
Após outros processos internos e bastante sensíveis, como amplificação, é possível confirmar ou não a presença do patógeno na amostra de sangue do paciente.
Febre oropouche no Brasil
Até o começo de julho, o Ministério da Saúde já tinha identificado 7,8 mil casos prováveis de febre oropouche no Brasil. Os estados mais afetados são: Amazonas (3,6 mil casos), Roraima (1,7 mil) e Bahia (790). Estes são os dois primeiros casos de São Paulo.
Fonte: Governo de SP, Ministério da Saúde