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Em teste, homem recebe 1ª vacina contra câncer de pele do mundo

Por  • Editado por Luciana Zaramela | 

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Peoplecreations/Freepik
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Nesta sexta-feira (26), começou a terceira e última fase dos estudos clínicos da primeira vacina contra o câncer de pele melanoma, no Reino Unido. Durante a pesquisa, será avaliada a eficácia e a segurança do imunizante personalizado de mRNA (RNA mensageiro) em evitar a reincidência da doença. Até agora, os dados apontam que a fórmula reduz o risco de metástase em 65%.

Liderado pelos cientistas e médicos oncologistas da University College London Hospitals, o estudo sobre imunoterapia com a vacina contra o câncer de pele deve recrutar até 1.089 pacientes. Estes voluntários serão escolhidos em diferentes regiões do globo.

No estudo, uma parte dos pacientes receberá o tratamento oncológico convencional para evitar a remissão do câncer, com o  pembrolizumabe. Enquanto isso, outra parcela dos voluntários receberá o novo tratamento, composto pela vacina mRNA-4157 (V940), da farmacêutica Moderna, e pelo remédio Keytruda (pembrolizumabe), da MSD.

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O que é câncer de pele (melanoma)?

Para entender, o melanoma é a forma mais grave de câncer de pele. Esta é caracterizada pelo crescimento descontrolado (neoplasia) dos melanócitos, ou seja, as células produtoras de melanina — a substância que determina a cor da pele.

Nas últimas décadas, as taxas de incidência do câncer de pele melanoma estão aumentando, com cerca de 325 mil novos casos por ano no mundo. Em relação ao Brasil, o Instituto Nacional de Câncer (Inca) estima 8,9 mil novos diagnósticos anuais, além de 1,8 mil mortes.

Primeiro paciente a receber vacina do câncer

Esta vacina em testes pode representar uma mudança na qualidade de vida dos pacientes que trataram o câncer de pele, já que o imunizante tende a impedir a reincidência da doença após o primeiro tratamento. Este é um problema frequente com as atuais terapias.

No entanto, é preciso, antes de liberar a venda no mercado, garantir que a vacina seja segura, como propõe a última fase do estudo clínico em humanos. Entre os pacientes recrutados, está o músico britânico Steve Young, de 52 anos.

“Sinto-me sortudo por fazer parte deste ensaio clínico”, afirma o paciente britânico, em nota. “É claro que não me senti tão sortudo quando fui diagnosticado com câncer de pele — na verdade, foi um grande choque —, mas, agora que fiz tratamento, estou ansioso para garantir que não volte a ocorrer”, conta. “Esta é a minha melhor chance de parar o câncer”, completa.

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Apesar da expectativa de Steve, ele ainda não sabe se, de fato, recebeu a vacina de mRNA ou irá fazer o tratamento convencional. Isso ocorre porque o estudo é duplo-cego. Caso ele esteja no grupo que não recebeu a nova terapia, o seu tratamento estará garantido após o período de testes clínicos.

Vacina personalizada contra câncer de pele 

A nova vacina contra o melanoma foi projetada para estimular uma resposta imune específica para o câncer de pele que o paciente está tratando, através da geração de células T personalizadas. 

Para isso, cada fórmula pode conter informação genética para a produção de até 34 neoantígenos, que foram produzidos com base nas mutações das sequências de DNA do tumor do paciente. Quando essas proteínas são produzidas no corpo do paciente, o sistema imune aprende a combater aquele tipo de câncer específico, caso ele retorne.

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“A ideia por trás desta imunoterapia é que, ao estimular o corpo a produzir essas proteínas, ele pode preparar o sistema imunológico para identificar e atacar rapidamente quaisquer células cancerígenas que as contenham, com o objetivo de prevenir a recorrência do melanoma”, resume Heather Shaw, médica oncologista e parte do projeto de pesquisa, capaz de revolucionar a área oncológica.

Fonte: Uclh e Inca