De olho na saúde | Conheça os 5 maiores unicórnios entre as HealthTechs
Por Fidel Forato | •
O setor da saúde vive um dos maiores booms de sua história, isso desde 2014, quando empresas de tecnologia entraram para valer na área. Desse ano até 2018, o valor de investimentos em HealthTechs dobrou, passando de US$ 7,1 bilhões para US$ 14,6 bilhões, segundo dados do Distrito Healthtech Report.
As HealthTechs são conhecidas por unirem os últimos avanços da saúde e da tecnologia com foco em melhorar a experiência do paciente. Para isso, buscam soluções que vão desde aumentar a precisão a diagnósticos a acelerar os processos burocráticos até novos medicamentos e exames, que pouco a pouco revolucionam o sistema.
Nesse cenário bilionário, as HealthTechs têm grande potencial para se tornarem unicórnios — aquelas startups que valem mais de US$ 1 bilhão — inovando em áreas como wearables e internet das coisas (IoT), telemedicina, medical devices e inteligência artificial (AI) e Big Data. Atualmente, já existem 37 dessas empresas lendárias no mundo, de acordo com os dados do Distrito.
A seguir, confira os 5 maiores unicórnios, entre as HealthTechs do planeta — só não se surpreenda se a maioria delas vierem dos Estados Unidos ou da China!
Samumed: a startup norte-americana foi fundada em 2008 e hoje é avaliada em US$ 12 bilhões. O unicórnio busca desenvolver soluções para a regeneração de tecidos para, principalmente, o controle de doenças degenerativas. Além disso, investe em pesquisas com células-tronco para regeneração de cartilagens, por exemplo.
Roivant: mais uma norte-americana, avaliada em US$ 7 bilhões. Fundado em 2014, o unicórnio trabalha para o desenvolvimento de novos medicamentos com o uso de IA. Entre suas pesquisas, destacam-se tratamentos que vão de endometriose, câncer de próstata, doença de Parkinson e até diabetes.
WeDoctor: o primeiro chinês da lista é avaliado em US$ 5,5 bilhões de dólares. O unicórnio nasceu em 2010, como um aplicativo de agendamento de consultas, mas evoluiu para uma nova forma de plano de saúde, guiado por algoritmos, incluindo o primeiro hospital virtual do mundo.
United Imaging: a segunda startup chinesa mais bem avaliada entre as HealthTechs vale US$ 5 bilhões. Fundada em 2011, desenvolve sistemas e equipamentos para imagens médicas, como scanners de tomografia computadorizada, instrumentos de imagem molecular e equipamentos de ressonância magnética. É o caso do uEXPLORER, capaz de fazer uma varredura completa pelo corpo humano em 15 segundos, localizando, com precisão, tumores e micrometástases, por exemplo.
Intarcia: a norte-americana está avaliada em US$ 3,5 bilhões e, desde 2016, está engajada no desenvolvimento de novos tratamentos para o diabetes, o vírus do HIV e outras doenças crônicas. Além disso, a startup recebe significativos investimentos da Bill & Melinda Gates Foundation.
Ottobock: o primeiro unicórnio alemão divide o quinto lugar com a americana Intarcia, ambos avaliados em US$ 3,5 bilhões. A empresa desenvolve dispositivos médicos com foco na ortopedia e mobilidade, como cadeiras de rodas tech e a histórica Michelangelo prosthetic hand, de 2011, que representou um salto na área de próteses com sua capacidade de adaptação.
E o Brasil?
De fora da lista dos unicórnios, as HealthTechs brasileiras não param de crescer e, quem sabe, um dia cheguem a esse patamar. Em 2014, o Brasil tinha 160 startups do segmento que este ano chegaram a 386. Em porcentagem, esse crescimento representa uma alta de 141%, mesmo enfrentando dificuldades de acesso às últimas tecnologias.
Segundo o Dr. Marcelo Herdt, médico e consultor da SoftPlan — uma das maiores empresas de software do país —, “esse é um movimento ainda crescente que envolve grandes hospitais, operadoras, colegas médicos e clínicas. Todos esses players da saúde vêm buscando por inovações, principalmente, nos seus nichos específicos.”
Afinal, os mais de US$ 42 bilhões gastos anualmente em cuidados de saúde privados no país, segundo o último Global Startup Ecosystem Report, devem despertar grande interesse. Confira, a seguir, três grandes destaques do Distrito HealthTech Report, levantadas a partir de uma combinação de faturamento, funcionários, visibilidade e funding:
Hi Technologies: é uma HealthTech paranaense, fundada em 2014, que desenvolve equipamentos médicos e exames, como o Milli Sleep, que monitora o sono do usuário, ou ainda o Milli Partus, responsável por acompanhar o progresso do trabalho de parto. Além de produzir novos dispositivos para exames laboratoriais. Tem como carro-chefe o Hilab, um laboratório portátil inovador que opera como um serviço de exames laboratoriais que usa inteligência artificial para acelerar o diagnóstico médico. Com o Hilab, o resultado sai em poucos minutos.
Magnamed: a startup paulistana foi fundada em 2005 e é especializada em produtos para ventilação pulmonar. Isso significa que desenvolvem produtos para pacientes incapacitados ou com dificuldades respiratórias, como o OxyMag, que pode ser usado tanto por recém-nascidos quanto por adultos.
Memed: mais uma paulistana, a HealthTech foi fundada em 2012 para fornecer prescrições inteligentes, através da Receita Digital. Em suas atividades, o software busca em uma base com mais de 60 mil medicamentos, além de analisar seu o custo benefício, mas seus resultados dependem da aprovação de um médico.