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Cientistas testam remédio inovador para ansiedade

Por  • Editado por Luciana Zaramela |  • 

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microgen/envato
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Buscando melhores formas de tratar a ansiedade, depressão pós-parto e outras condições neurológicas, a empresa de biotecnologia PureTech trabalha no desenvolvimento de um novo remédio oral alopregnanolona ( LYT-300). O comprimido já está na Fase 2 dos testes clínicos, em parceria com a equipe da Monash University, na Austrália.

Hoje, a medicação alopregnanolona é usada de uma forma bastante específica nos Estados Unidos: terapia de infusão intravenosa, com duração total de 60 horas, para o tratamento da depressão pós-parto. No entanto, até o momento, não era possível condensar o medicamento em um comprimido, como propõe a PureTech com a plataforma Glyph, em fase de validação.

Por enquanto, os testes clínicos envolvem pessoas saudáveis, o que deve validar a medicação como um composto seguro e tolerável para o organismo. Esta etapa deve ser concluída até o final deste ano. Em paralelo, outras pesquisas com mulheres que foram recentemente mães e sofrem com a depressão deve ser iniciada nos próximos meses.

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Falta inovação nos remédios para ansiedade

Na perspectiva dos cientistas envolvidos no processo de desenvolvimento do novo tipo de remédio para ansiedade, falta inovação e novas propostas para pacientes que enfrentam as mais diversas condições neurológicas. Outro ponto é a praticidade dos tratamentos.

"Os transtornos de ansiedade são o tipo de transtorno mental mais comum, afetando quase 30% dos adultos em algum momento de suas vidas”, afirma Eric Elenko, diretor de inovação da PureTech. “Apesar disso, houve muito pouco desenvolvimento clínico nos últimos 20 anos”, pontua.

"Acreditamos que nossa plataforma de tecnologia Glyph está posicionada para liberar o potencial terapêutico de uma variedade de moléculas, começando com a alopregnanolona, ​​e estamos ansiosos pelos resultados deste estudo, bem como pelo início de um estudo com LYT-300 na depressão pós-parto ainda este ano", complementa Elenko.

Pensando exclusivamente na ansiedade, é válido lembrar que as intervenções farmacológicas tendem a ser a última alternativa de tratamento. Antes disso, mudanças no estilo de vida, como a prática de exercícios, podem apresentar bons resultados no controle desse tipo de angústia. Outras alternativas envolvem a interrupção do uso de algumas substâncias que impactam a mente, como o álcool ou ainda o café.

Como funciona o novo remédio para ansiedade?

É possível transformar um remédio de aplicação na veia em um comprimido? Para os pesquisadores, a resposta é sim, mas isso exige o desenvolvimento de novas técnicas, como a plataforma Glyph.

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Após a ingestão do comprimido, o medicamento se conecta com uma molécula de gordura (lipídio), criando um novo pró-fármaco no organismo do próprio indivíduo. Com essa ligação inusitada, a medicação é redirecionada para a circulação sistêmica, contornando o fígado e indo do intestino para os vasos linfáticos que normalmente processam as gorduras. Em outras palavras, a técnica impede que o composto seja metabolizado antes da hora, permitindo a sua atuação correta.

Em tese, a mesma estratégia poderá ser usada para uma ampla gama de medicamentos orais, indo além da alopregnanolona. No futuro, a empresa já planeja testar a plataforma com outras medicações de aplicação exclusivamente intravenosa.

Fonte: Monash University e PureTech