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Cientistas dão primeiro passo para fazer antiofídico universal

Por| Editado por Luciana Zaramela | 06 de Março de 2024 às 19h36

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Sagar Paranjape/Unsplash
Sagar Paranjape/Unsplash

Cientistas da Universidade de Liverpool deram mais um passo em direção à confecção de um soro antiofídico universal, ou seja, um antídoto contra o veneno da picada de todas as cobras venenosas do mundo.

Normalmente, antiofídicos são específicos, ou seja, só funcionam para neutralizar um tipo de veneno em particular, e seu método de fabricação — que consiste na injeção de doses pequenas de veneno em um cavalo e obtenção dos anticorpos que o animal produz — pode causar respostas imunes perigosas ao nosso corpo.

Caminho para o antiofídico universal

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Além de efeitos adversos, soros antiofídicos comuns precisam ser administrados em grande quantidade para funcionar, o que levou pesquisadores a buscar soluções melhores. Uma delas seria o uso de anticorpos feitos através de engenharia genética em laboratório, como os produzidos em tratamentos contra o câncer e doenças autoimunes.

Uma das toxinas mais preocupantes presentes no veneno de algumas cobras é a neurotoxina, que paralisa os músculos ao bloquear sinais nervosos do cérebro e pode afetar os pulmões, matando a vítima rapidamente. Ela está presente nas cobras mais venenosas do mundo, como a mamba negra, a naja, a cobra-real e a krait.

Os pesquisadores da Universidade de Liverpool conseguiram desenvolver um anticorpo laboratorial que neutraliza o veneno mortal das neurotoxinas chamado 95Mat5, obtido após examinar mais de 50 bilhões de anticorpos únicos. Isso revelou os anticorpos capazes de reconhecer e neutralizar essas toxinas e seus efeitos no corpo humano.

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Esse foi apenas o primeiro passo, no entanto, já que ainda é necessário produzir anticorpos capazes de neutralizar também hemotoxinas, que nos fazem sangrar, e citotoxinas, que destroem pele e osso, por exemplo. Uma vez que isso seja feito, será possível misturá-los com o 95Mat5 para produzir o antiofídico universal.

A distribuição desse eventual antídoto ainda enfrentará problemas logísticos, como a necessidade de refrigeração para manter a eficiência — muitos lugares que precisam de antiofídicos são quentes e não possuem eletricidade para o armazenamento apropriado. Anticorpos produzidos em laboratório estão entre os medicamentos mais caros do planeta, o que também afetaria populações pobres, que também figuram entre as mais expostas às cobras.

Fonte: Science Translational Medicine, The Conversation