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Cabotegravir: como funciona a PrEP injetável contra o HIV?

Por| Editado por Luciana Zaramela | 23 de Agosto de 2022 às 16h00

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DragonImages/Envato
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Para a prevenção de novas infecções pelo vírus da Aids, alguns tipos de antivirais são usados de forma contínua e preventiva, especialmente em indivíduos com comportamentos de risco. Esta estratégia é conhecido como Profilaxia Pré-exposição (PrEP). Nos últimos meses, começou a chegar em alguns mercados o antiviral cabotegravir contra o HIV, que é uma PrEP injetável e de longa duração.

A injeção do antiviral cabotegravir deve ser aplicada a cada dois meses para proteger o indivíduo do HIV. "Seis injeções durante o ano protegem mais que a terapêutica pré-exposição que existia anteriormente", explica o médico Drauzio Varella, em vídeo para o seu canal sobre saúde no YouTube.

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De fato, em estudos clínicos, o remédio injetável se mostrou mais eficaz que a PrEP oral diária na redução de risco de infecção pelo HIV. Entre os possíveis motivos, está o fato da pessoa não precisar tomar comprimidos diariamente, o que reduz falhas no tratamento, mantendo a concentração ideal do medicamento no organismo.

Custo do Cabotegravir para o paciente

No Brasil, o medicamento contra o HIV ainda não está disponível para o uso geral da população e nem foi integrado ao Sistema Único de Saúde (SUS). Apesar disso, o Cabotegravir foi autorizado para uso pela agência Food and Drug Administration (FDA) e pode ser usado como PrEP nos Estados Unidos. Também está licenciado para uso no Reino Unido.

No entanto, um fator limitante para o uso da PrEP injetável é o elevado custo das injeções contra o vírus da Aids. De acordo com médico Varella, cada dose custa cerca de 2,1 mil dólares, o que equivale a 10,6 mil reais.

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No futuro, há espaço para que outros valores sejam praticados, ainda mais se o medicamento for incorporado por fabricantes nacionais. Isso porque, segundo cálculos da Organização Mundial da Saúde (OMS), o custo real desse medicamento é de 26 dólares, ou seja, 132 reais.

Testes com a PrEP injetável serão feitos no Brasil

Em março, foi anunciada uma parceria entre a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), a Unitaid — a agência global de saúde ligada à OMS —, o Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas (INI/Fiocruz) e o Ministério da Saúde. A ideia é que a PrEP injetável seja distribuída, de forma experimental, para os brasileiros. Além do Brasil, um projeto similar com o Cabotegravir deve ser implementado na África do Sul.

Camisinha também protege contra outras ISTs

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Apesar da PrEP injetável proteger contra o HIV, quando a pessoa não usa nenhum preservativo durante a relação sexual, ela poderá ser exposta a outras doenças, como as infecções sexualmente transmissíveis (IST).

Sobre não usar preservativos, Varella explica que "isso vai aumentar o risco de infecções sexualmente transmissíveis. Especialmente, neste momento, [em que] estamos tendo uma epidemia de sífilis se disseminando para a população entre homos e heterossexuais".

Fonte: Com informações: Drauzio Varella