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Casos de sífilis dispararam nos últimos anos no Brasil; como se prevenir?

Por| Editado por Luciana Zaramela | 25 de Novembro de 2021 às 14h30

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CDC/ Dr. Yobs
CDC/ Dr. Yobs

No primeiro semestre deste ano, o Brasil registrou cerca de 64,3 mil casos de sífilis adquirida, causada pela bactéria Treponema pallidum. O número de diagnósticos é 16 vezes maior do que o registrado há 11 anos no país, de acordo com o levantamento do Ministério da Saúde. Isso porque, durante o ano todo de 2010, apenas 3.936 pessoas foram diagnosticadas com a doença.

No entanto, os números de 2021 não devem superar os anos de 2018 e 2019, quando mais de 159 mil casos foram registrados. Em 2020, o número total de novos casos de sífilis caiu para 115,9 mil, mas é preciso considerar a dificuldade do diagnóstico em decorrência da pandemia da covid-19.

Segundo levantamento da CNN, a região Sudeste é a que mais concentra casos de sífilis no país, com cerca de 45% dos diagnósticos. Em seguida, estão as regiões: Sul (22%), Nordeste (16,5%), Norte (8%) e Centro-Oeste (7%).

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Diferente de outros agentes infecciosos, é possível se reinfectar pela doença. Segundo o Ministério da Saúde, "a sífilis não confere imunidade permanente, ou seja, mesmo após o tratamento adequado, cada vez que entrar em contato com o agente etiológico (T. pallidum) a pessoa pode ter a doença novamente". Por isso, a testagem e os cuidados são tão importantes.

Como a sífilis é transmitida?

A sífilis adquirida é uma infecção sexualmente transmissível (IST), transmitida quando há relação sexual, sem preservativo, com pessoa infectada. Outra forma de transmissão é por transfusão de sangue. Independente do contexto, os homens são os que mais adoecem pela doença. Nos primeiros seis meses deste ano, foram mias de 40 mil registros da infecção em homens, sendo 23 mil em mulheres.

Após a infecção, a doença se apresenta, inicialmente, como uma pequena ferida, no local de entrada da bactéria, que pode ser o pênis, a vagina, o colo uterino, o ânus ou a boca. De modo geral, a ferida aparece alguns dias após o contágio, é normalmente indolor e desaparece sozinha no primeiro estágio. Sem tratamento, a doença vai evoluindo e pode causar séries consequências, podendo levar à morte. A vantagem é que a doença tem um tratamento simples e eficaz, através do uso de penicilina benzatina (antibiótico).

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Além da sífilis adquirida, é possível que ocorra a sífilis congênita. Esta ocorre quando mãe infectada passa a bactéria para o bebê por via transplacentária (transmissão vertical). Até o momento, a Saúde registrou 10,9 mil casos da doença em crianças menores de um ano. Em 2019, foram 24.236 casos. Para evitar a transmissão, é preciso garantir que a mãe faça o pré-natal adequado, onde será tratada.

Qual exame fazer para sífilis?

Atualmente, o estado do Rio de Janeiro lidera uma campanha para a distribuição de testes rápidos (TR) para a detecção da doença. Segundo o secretário de estado de Saúde, Alexandre Chieppe, o teste é simples: uma pequena perfuração no dedo, algo parecido com o exame de glicemia, e fica pronto em poucos minutos.

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“Com a diminuição de casos, internações e óbitos provocados pela covid-19, estamos conseguindo direcionar esforços no combate a outras doenças que acabaram subnotificadas nos últimos dois anos”, completou.

Além das campanhas de conscientização, o teste rápido de sífilis está disponível nos serviços de saúde do Sistema Único de Saúde (SUS). O resultado é bastante rápido, levando no máximo 30 minutos, já que não demanda estrutura laboratorial.

"Nos casos de TR positivos, uma amostra de sangue deverá ser coletada e encaminhada para realização de um teste laboratorial para confirmação do diagnóstico", explica a Saúde sobre o protocolo a ser adotado.

Mãe e os riscos da bactéria para o bebê

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De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a sífilis afeta 1 milhão de gestantes por ano em todo mundo, o que provoca mais de 300 mil mortes fetais e neonatais. Além disso, coloca em risco de morte prematura mais de 200 mil crianças.

Segundo a OMS, a estimativa é que cerca de 25% das gestantes infectadas apresentem como desfecho morte fetal ou aborto espontâneo e que 25% dos recém-nascidos apresentem baixo peso ao nascer ou infecção grave.

Sobre o cenário brasileiro, a médica da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo), Cecília Roteli, explica o porquê do aumento. “A gente ainda deve ter um agravamento de casos de sífilis congênita, quando a mãe não tratada corretamente passa a doença para o bebê durante a gestação. Isso porque, durante a pandemia, muitas grávidas não foram ao médico de forma constante e não tiveram diagnóstico, o que é muito sério”, afirma.

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Fonte: Agência Brasil, CNN Ministério da Saúde (1) e (2)