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Brinquedos de sex shop contêm microplásticos e preocupam cientistas

Por  • Editado por Luciana Zaramela | 

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 Aleksandr Popov/Unsplash
Aleksandr Popov/Unsplash

Os microplásticos têm sido uma preocupação cada vez maior por parte dos cientistas, uma vez que representam inúmeros malefícios para a saúde. Estudos já encontraram esses materiais nocivos em diversos lugares, mas um projeto publicado na Microplastics and Nanoplastics levantou um alerta para uma presença no mínimo inusitada: brinquedos sexuais.

No estudo — que deve ser apresentado na Society for Risk Analysis Annual Conference no EUA no próximo dia 13 — os pesquisadores analisaram quatro modelos diferentes de brinquedos: um vibrador duplo, um vibrador externo, bolas anais e um plug anal.

O plug anal foi o que liberou mais microplásticos, seguido pelas bolinhas anais, depois o vibrador duplo. Assim, o vibrador externo foi o que liberou menos.

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Usando espectroscopia para identificar os materiais usados ​​em cada brinquedo, os autores perceberam que o plug anal continha tereftalato de polietileno (PET), as bolinhas anais tinham cloreto de polivinila (PVC), o vibrador externo uma mistura de silicone (polidimetilsiloxano ou PDMS) e o vibrador duplo um mistura de borracha (poliisopreno).

“A ideia é demonstrar o potencial de exposição com base na presença observada e na liberação demonstrada de substâncias que foram testadas por outros e consideradas preocupantes ou definitivamente perigosas”, defendem os pesquisadores.

Os autores alegam, com base nas conclusões, que há a necessidade de uma regulamentação mais rigorosa da indústria de brinquedos de sex shop.

Os pesquisadores alegam que muitos fabricantes evitam a regulamentação sob a jurisdição de dispositivos médicos da FDA, usando um rótulo que implica que o produto se destina a ser um presente de brincadeira, sem uso prático.

A expectativa dos autores é motivas mais estudos sobre o tema delicado, permitindo que as agências reguladoras tomem medidas adequadas baseadas em evidências para garantir a segurança do consumidor.

Microplásticos atrapalham hormônios sexuais

Ironicamente, um estudo publicado no início deste ano revelou que microplásticos podem perturbar funcionamento de hormônios sexuais.

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O trabalho, conduzido em roedores, revelou que expostas ao material por 24 horas tiveram pressão alta e dilatação dos vasos sanguíneos, e as quantidades do hormônio 17 beta-estradiol diminuíram, demonstrando uma redução na função endócrina.

Além disso, foi notada uma inflamação sistêmica tomando conta do corpo dos roedores, mas os pulmões não foram impactados.

Que males os microplásticos fazem à saúde?

Estudos anteriores já permitiram compreender que microplásticos invadem o cérebro 2 horas após a ingestão e que o material pode até mesmo ser encontrado no coração humano. Segundo pesquisadores, você inala o equivalente a um cartão de crédito por semana. Os malefícios desse material para a saúde incluem:

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  • Tosse
  • Irritação
  • Inflamação
  • Tontura
  • Asma
  • Alergia
  • Chiado no peito

Os pesquisadores também vêm estudando a possibilidade dos microplásticos elevarem o risco de câncer, o que tem relação com os sintomas em cascata desencadeados pelas inflamações. O que acontece é que o muco se forma ao redor das partículas mais abaixo no trato respiratório, impulsionando de volta às vias aéreas superiores para serem expelidas.

As células imunológicas impactadas pelos microplásticos cercam as que restam para isolá-lar essas partículas, que geram os danos a longo prazo.

Fonte:  Society for Risk AnalysisMicroplastics and Nanoplastics, Yansei Medical Journal, Organização Mundial da Saúde, National Geographic