Publicidade
Economize: canal oficial do CT Ofertas no WhatsApp Entrar

Microplásticos invadem o cérebro 2 horas após a ingestão

Por| Editado por Luciana Zaramela | 25 de Abril de 2023 às 15h36

Link copiado!

Inmicco/Envato
Inmicco/Envato

Na velocidade das novas descobertas, os microplásticos devem se tornar uma fonte de problemas para os animais e os seres humanos, expostos a este material quase onipresente. Agora, pesquisadores austríacos descobriram que esses minúsculos fragmentos de plástico podem chegar ao cérebro de roedores adultos duas horas após a ingestão, onde aumentam o risco de inflamação.

Publicada na revista científica Nanomaterials, a pesquisa que identificou a capacidade de nanopartículas de plástico romperem a barreira hematoencefálica e, como consequência, invadirem o cérebro foi desenvolvida por cientistas da Universidade de Viena, na Áustria.

Aqui, o interessante é que a descoberta não é inédita, quando se analisa o cérebro de roedores. Anteriormente, pesquisadores chineses descobriram que partículas de microplástico podem chegar ao cérebro de fetos. No entanto, o fato de dois estudos diferentes indicarem evidências semelhantes apenas reforça o risco que, em tese, o material representa à saúde.

Continua após a publicidade

Outra observação importante: ingerir micro ou nanoplásticos não é algo raro. Na verdade, é mais comum do que se imagina, já que os fragmentos podem chegar facilmente ao organismo através de alimentos, incluindo aqueles embalados com plásticos. Até garrafinhas de água podem contribuir com este tipo de exposição.

Qual o impacto dos microplásticos no cérebro?

No estudo austríaco, os pesquisadores analisaram especificamente o risco de invasão do cérebro pelo poliestireno (PS). Este material está presente em copos descartáveis, alguns brinquedos, seringas, escovas de dente e outros diversos itens.

Para entender o risco da exposição, os autores foram ao extremo e, literalmente, alimentaram seis roedores com uma solução aquosa contendo partículas de nanoplástico. Após um período de duas ou quatro horas, as cobaias foram mortas e os cérebros foram enviados para análise.

Continua após a publicidade

Neste ponto, os pesquisadores descobriram que até duas horas era o tempo necessário para que o material ultrapassasse a barreira hematoencefálica. “No cérebro, as partículas de plástico podem aumentar o risco de inflamação, distúrbios neurológicos ou mesmo doenças neurodegenerativas, como Alzheimer ou Parkinson”, afirma Lukas Kenner, um dos autores do estudo, em comunicado.

Ainda não se sabe se o mesmo comportamento é observado em humanos e nem qual a quantidade de partículas de plásticos seriam necessárias para a intoxicação cerebral. Esses possíveis desdobramentos só serão revelados em estudos posteriores.

Microplásticos afetam a saúde dos animais e dos humanos

Continua após a publicidade

Se as complicações no cérebro não estão bem estabelecidas, o caso é diferente quando se analisa o sistema digestivo dos animais, incluindo o intestino. No trato gastrointestinal, os fragmentos de plásticos já foram associados a reações inflamatórias e imunes. Inclusive, aves marinhas podem desenvolver uma doença associada com o consumo acidental, a plasticose.

“Para minimizar o dano potencial das partículas micro e nanoplásticas aos seres humanos e ao meio ambiente, é crucial limitar a exposição e restringir seu uso enquanto pesquisas adicionais são realizadas sobre os seus efeitos”, sugere o cientista Kenner.

Fonte: Nanomaterials e Universidade de Viena