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Autópsias de vítimas da covid-19 mostram que doença se espalha por todo o corpo

Por| Editado por Luciana Zaramela | 10 de Janeiro de 2023 às 12h09

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IciakPhotos/envato
IciakPhotos/envato

Apesar da covid-19 ser, primariamente, uma doença respiratória, cuja infecção começa nas vias aéreas, seu espalhamento pelo corpo não conhece fronteiras, segundo diversos estudos iniciados durante a pandemia. Entre os órgãos afetados, estão os pulmões, o coração, o cérebro e também músculos e nervos, que podem abrigar o vírus por centenas de dias.

Cientistas do National Institutes of Health — NIH, Instituto Nacional de Saúde dos Estados Unidos — confirmaram esses achados através de autópsias em vítimas do coronavírus. Publicado na revista científica Nature em dezembro do ano passado, o estudo resultante dos exames também pode nos ajudar a entender melhor a covid longa.

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Na covid longa, o paciente sofre de sintomas como fadiga, confusão mental, névoa cerebral e fadiga por meses após a infecção inicial, então compreender o mecanismo de espalhamento da doença pelo corpo e sua persistência em diferentes órgãos é fundamental para encontrar soluções para a condição.

Vírus por todo o corpo

Para a análise, foram estudadas as autópsias de 44 pessoas não vacinadas, vindo a óbito entre abril de 2020 e março de 2021. Mais especificamente, os pesquisadores buscaram descobrir o nível de RNA mensageiro do SARS-CoV-2 em 85 locais e fluidos corporais diferentes, identificando presença e quantidade. Encontrar RNA significa que o vírus se replicou no órgão enquanto o indivíduo ainda vivia.

Destes locais e fluidos, 79 apresentaram sinais abundantes de replicação viral, mostrando que o patógeno se espalha por tecidos respiratórios e não-respiratório sem distinção, ainda que a infecção se comporte de maneiras diferentes em cada local. No cérebro, por exemplo, resquícios do vírus da covid-19 apareceram em uma autópsia feita 230 dias após começarem os sintomas.

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Em termos do efeito causado pelo coronavírus, tanto o cérebro como outros órgãos alheios ao sistema respiratório não tiveram alterações tão significativas nos tecidos em comparação às lesões e inflamações pulmonares nas 2 primeiras semanas seguintes ao início dos sintomas. Já em períodos mais avançados da recuperação, os pulmões se mostraram menos infectados, enquanto outros órgãos e tecidos sofriam mais. Serão necessários estudos seguintes para descobrir as razões disso, mas a suspeita é que o sistema imune atue com mais vigor nos pulmões.

Fonte: Nature